Belo Horizonte projeta iniciar a flexibilização do isolamento social a partir da próxima segunda-feira. Uma medida que exige planejamento, controle e coordenação com as cidades da região metropolitana. Afinal, antes da pandemia, pelo menos meio milhão de trabalhadores se deslocavam dessas cidades para a capital todos os dias.
Nestes dois meses em que lojas e serviços estiveram fechados, o número de infectados na cidade chegou a cerca de 1.300, e o de mortes, a 36, até a manhã de ontem. Um estudo da Fiocruz afirma que, sem a quarentena, esses valores seguramente seriam quatro vezes maiores.
Para não pôr em risco esse sucesso, o processo gradual de retomada das atividades levará em conta a análise de infectologistas e pesquisadores para também socorrer a economia.
Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas, somente no mês de março, os negócios caíram 4,64%. Em maio, trabalhou-se com uma retração de até 40% nas vendas do Dia das Mães – geralmente uma das melhores datas para o setor. Segundo a prefeitura, 67% das lojas já estão funcionando de alguma forma, e a estimativa é que, na primeira fase, esse índice chegue a 85%.
A flexibilização em toda a região metropolitana, um dos motores da economia, é acompanhada com expectativa e esperança no Estado. Projeções da Fundação João Pinheiro apontam que a pandemia deverá provocar um tombo entre 3,9% a 4,9% no PIB mineiro, sendo que somente o comércio poderá despencar até 11,9%. Essa paralisação significaria um número adicional de até 921 mil desempregados ao contingente atual, que já é de 1,28 milhão de pessoas.
Reconhecer a complementaridade entre saúde e economia é um bom caminho para a transição e, principalmente, para que todos transponham sãos e fortes a pandemia.