Tento aproveitar as oportunidades de convites que aparecem para conhecer melhor o universo e personagens dos esportes especializados.
Quando a Rede Comunicação me chamou pra estar em Indaiatuba, no interior de São Paulo, para dar uma volta no EXO Nb-Hybrid, carro da Giaffone Racing em parceria com a CBMM, não pensei duas vezes pra aceitar. A coisa ficou séria quando me perguntaram se eu tinha experiência pilotando carros de rally, dando a entender que eu mesmo poderia estar na direção. A sinceridade falou mais alto do que qualquer empolgação, a vida é curta demais.
Estar como co-piloto já seria uma grande experiência, ainda mais quando soube que o teste aconteceria em meio a uma região de canavial. Quando lá cheguei, soube que o jornal O Tempo havia sido um de dois veículos convidados para estar ali.
O outro era a Rede Globo, com vários profissionais do programa Auto Esporte. Fruto de matérias que fiz com eles nos últimos meses, sabendo que estava divulgando um projeto pioneiro e inovador, com muito potencial de crescimento e visibilidade.
Antes do rolê, um breve papo com alguns dos responsáveis pelo projeto, alguns vídeos para as redes sociais e uma entrevista com o piloto Zé Hélio, indo para sua 27ª participação no Rally dos Sertões. Também pude ver de perto o que me esperava.
Confira abaixo.
Zé Hélio, após suas voltas, não se contia e soltava alguns palavrões tamanha a satisfação com o carro, que chegou a ter 150kg a menos, melhorando muito seu desempenho. Quando me chamaram, um leve frio na barriga.
Capacete na cara e uma certa dificuldade para entrar no apertado UTV. Achei que o banco ia dar aquela 'arredada' pra trás, nada feito. Teria que ir no limite mesmo, sem pernas esticadas. Pessoas um pouco mais altas que eu (1,84m) não caberiam ali. O ronco do motor, que antes eu havia escutado (e me impressionado do lado de fora) ficou lá no alto do lado de dentro.
A potência do motor foi estridente, nunca tinha entrado em um carro de corrida antes. 'Preparado?' me perguntou o piloto Zeca Giaffone, um dos responsáveis pela criação do modelo. Fiz sinal de positivo e a promessa da 'volta sem emoção' não se confirmou.
Zeca afundou o pé e me fez ter algumas dúvidas se tinha tomado a melhor decisão, mesmo com o cinto de segurança me deixando bem preso ao carro. Admito que não sou grande fã de velocidade, principalmente do lado de dentro do carro. Era tarde demais para desistir e confiei na segurança que tanto se fala do carro, mesmo com minha mente jurando que o UTV ia capotar a qualquer momento. Zequinha também se mostrou um piloto de primeira. Brinquei com ele ao final ao dizer que 'dirigia direitinho'.
Outro pensamento que me veio à mente foi na sensação dos pilotos, por seguidas horas, em meio às dunas e estradas de terra durante o Sertões. Haja preparo físico e mental, aliados à uma concentração permanente para não ficar perdido nem tirar o olho do caminho, cheio de obstáculos.
A cada final de volta, eu achava que era o fim, mas tinha uma nova para mais trepidações, buracos, freadas em cima das curvas para testar a frenagem, marchas sendo passadas em poucos segundos e o carro 'voando' e mais de 120km/h.
Foram quatro ou cinco voltas que me fizeram ter a certeza de uma experiêncria incrível, que certamente não apareceria novamente tão cedo.
Tentei mostrar naturalidade ao sair do carro (com alguma dificuldade pelo espaço reduzido) e logo vieram me perguntar o que tinha achado. 'Incrível' pra ficar em uma só palavra.
Tentei explicar pra quem me perguntou como tinha sido a experiência, mas é aquela coisa do 'é melhor viver do que contar' pra ter a melhor noção do que se trata.
Os breve minutos ficarão guardados por muito tempo, servindo para valorizar a coragem e astúcia de quem passa dias a bordo de carros, UTV, motos e caminhões em provas de rallly, não deixando de lado a importância de mecânicos e toda a equipe que precisa deixar os veículos nas melhores condição para o desempenho mais eficiente possível.
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