Admito que esperava a renovação de contrato da oposta Sheilla com o Itambé Minas. Todos os times do Brasil já estão fechados para a temporada 2020/2021 e imaginei que a permanência da jogadora em Belo Horizonte seria o caminho natural.
Mas eu (e muita gente) fui pego de surpresa com a notícia de que ela não ficaria no Minas. Na postagem, Sheilla admite que tem outros planos para seu futuro. Antes do anúncio da sua saída, eu havia recebido a informação de que o acerto poderia não acontecer, com a parte financeira não sendo o fator decisivo.
Nos últimos dias, circulou a informação de que Sheilla vai atuar na liga dos Estados Unidos, um país que não conta com um campeonato adulto de alto nível. Esta será mais uma entre tantas tentativas do país contar com um torneio qualificado. Eu confio na notícia divulgada pelo companheiro Sidrônio Henrique em primeira mão, acredito que será questão de tempo para ser confirmada pela jogadora e seu agente.
É sempre bom lembrar que Sheilla está com 37 anos, voltou a jogar na última temporada após três anos parada. No Minas, não chegou a se firmar como titular.
Sheilla tem todo o direito de fazer a sua opção pensando no bem estar pessoal, profissional ou da família. No entanto, acredito que a decisão de jogar em um torneio que tem apenas um mês de duração, no começo de 2021, pode pesar diretamente na sua convocação para a Olimpíada de Tóquio. Se, antes desta decisão, eu acreditava que Lorenne seria a segunda oposta, agora creio ainda mais nisso. É apenas um palpite. Tudo depende do momento perto dos Jogos. Nada impede que Zé Roberto volte a mostrar confiança em Sheilla e aposte na sua qualidade e experiência para deixá-la pronta nos meses antes de Tóquio.
Para se jogar uma Olimpíada, é preciso estar 'na ponta dos cascos', atuando em alto nível, em condições de decidir uma partida a qualquer momento. Olimpíada não costuma permitir altos e baixos. Na liga dos EUA, Sheilla deve encontrar um campeonato de bom nível, mas com uma rotina longe da ideal para quem busca estar no maior evento esportivo de todos os tempos.
Após a liga norte-americana, será difícil sua contratação por algum time na reta final de temporada. Pode até acontecer, mas as chances não são grandes.
Talvez Olimpíada não seja uma prioridade de Sheilla no atual cenário. Se pintar, ótimo. Se não, já fez muito pelo Brasil com dois ouros olímpicos.
A experiência na América certamente vai ser positiva para ela, por mais que dificulte sua presença em Tóquio, caso ainda tenha este objetivo em mente.
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Presença de Sheilla no vôlei dos EUA pode decidir se estará ou não na Olimpíada
Acordo com liga com apenas um mês de duração pode ser indício de que terceiro ouro olímpico não seja a prioridade no atual momento
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