A vivência do evangelho é que, realmente, nos salva!

A doutrina evangélica das obras e a paulina de sacrifícios e da graça

Redação O Tempo


Publicado em 05 de outubro de 2015 | 03:00
 
 
 
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É bem conhecida a doutrina da salvação pelo sacrifício da morte de Jesus na cruz e pela graça, as duas muito defendidas por são Paulo. Mas existe outra doutrina da salvação por obras ensinada por Jesus e são Tiago.

O judaísmo acreditava muito em que os sacrifícios fossem agradáveis a Deus e que anulassem os pecados. E Paulo levou essa crença para os autores do Novo Testamento e, ipso facto, para o cristianismo. Mas o verdadeiro Deus jamais poderia deleitar-se com sacrifícios de animais e menos ainda de pessoas. De fato, só podem agradar de sacrifícios espíritos atrasados e sádicos. “Misericórdia quero, e não sacrifícios” (Mateus 9: 13).

O profeta vidente precognitivo Oseias até profetizou essa condenação feita por Jesus: “Pois eu quero misericórdia, e não o sacrifício” (Oseias 6: 6). Paulo viu no sacrifício de Jesus na cruz o sacrifício perfeito que dispensaria todos os demais. Para ele, a morte de Jesus substitui com perfeição, e de modo eficaz, todos os sacrifícios, que, então, já não são mais necessários. E pode-se dizer que Paulo foi como que pego a laço pelo Espírito de Jesus já desencarnado, na estrada de Damasco, para ser um grande divulgador do evangelho. E Paulo concluiu ter recebido de graça essa missão de Jesus, porque ele era até um perseguidor do cristianismo e, inclusive, chefiou o apedrejamento de santo Estevão, o primeiro mártir cristão. E como, então, foi ser escolhido para tão grande missão? E ele concluiu que isso foi de graça. Também santo Agostinho, antes de sua conversão do maniqueísmo para o cristianismo, teve uma vida semelhante à de Paulo. E achou que esse encontro com a verdade cristã foi também uma graça que Deus lhe deu. E, assim, abraçou também as doutrinas paulinas da alossalvação (salvação vinda de fora), ou seja, do sacrifício de morte de Jesus na cruz e a da absurda salvação de graça.

E veio o frade agostiniano Lutero que, não querendo depender mais do papa, mas exclusivamente da Bíblia, criou a sua famosa tese “Sola Scriptura” (seguir somente as Escrituras e com livre interpretação), criando essas duas doutrinas para os protestantes. Mas os evangélicos passaram a defendê-las com um doentio fanatismo. E eles interpretam todos os textos bíblicos sob a ótica dessas duas doutrinas.

Mas qual ensino vale mais, o de Jesus, contrário a essas doutrinas, ou as de Paulo, Agostinho e Lutero? Fiquemos com o ensino de Jesus, que disse: “Eu não vim chamar justos, e sim pecadores (ao arrependimento)”. Como se entende por esse texto, o pecador se salva por ele mesmo, e não pela morte de Jesus nem de graça, mas por uma atitude assumida por ele próprio, isto é, a atitude de seu arrependimento, que, inclusive, deve ser muito sincero. Mas é comum muitos evangélicos fanáticos, apreciadores da morte de Jesus na cruz e da salvação de graça ou da preguiça, entenderem que nós não podemos nem precisamos fazer nada para a nossa salvação. Vão gostar de moleza assim na China!

Porém, é o próprio são Paulo que, em outro momento, nos ensina que a salvação depende, sim, de nós também: “(...) justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo seu procedimento” (Romanos 2: 5 e 6). Assim, pois, não rasguemos o evangelho, pois a vivência dele é que, realmente, nos salva!

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