No mês de outubro tivemos a campanha Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama, e neste mês temos o Novembro Azul, de combate ao câncer de próstata, o segundo tipo de câncer mais comum no homem, depois do de pele.
Se existe uma coisa complicada, é conscientizar os homens sobre a importância da ida ao médico, fazê-los entender que o diagnóstico precoce pode salvá-los de um câncer que, se não for tratado, mata. No Brasil, a cada 38 minutos, um homem morre devido ao câncer de próstata. É muita coisa, para não ser levado a sério. Homens não gostam de ir ao médico, evitam o máximo. Li que 80% das consultas masculinas são agendadas pelas mulheres. Acredito.
Um parente meu, brincando, diz que detesta o exame de toque retal e que, para detectar um tumor, faz apenas o exame de sangue, conhecido como PSA. E não é só dele que escuto essa bobagem.
Há alguns anos, um grande amigo nosso, cansado do trabalho que lhe exigia neurônios, terno e gravata, chutou o balde, abandonou o emprego dois anos antes de se aposentar e foi morar no Piauí, numa casa simples, próximo à praia. Trocou o terno por shorts e camisetas surradas. Andava a pé ou de bicicleta. Muito culto, levou junto sua coleção gigantesca de DVDs, livros e CDs. E assim vivia, dez anos sem sequer fazer um exame de sangue, pois acreditava que a qualidade de vida que passou a ter o protegeria de qualquer mal.
De repente, com fortes dores na coluna, pôs a culpa nos excessos com a bicicleta. Depois, um repentino emagrecimento. Até que um amigo médico, de férias no Nordeste, foi visitá-lo. Preocupado com o que viu, levou-o a sua cidade para que fizesse uma série de exames, onde foi constatado o tumor, já em estágio avançado. Italiano, solteiro, sem família no Brasil... eu e meu marido decidimos levá-lo para morar em nossa casa, para que pudesse se tratar e ter todos os cuidados necessários. Conto essa história porque acompanhei de perto todo o processo. Vi o sofrimento de um tratamento que já não fazia mais efeito. Adquirimos uma cama hospitalar, medicamentos; acompanhava-o nos hospitais, tudo que fosse preciso para dar a ele um pouco de conforto. Mas já era tarde.
O câncer de próstata, segundo li, no início não apresenta sintomas, e, quando os sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Por isso a necessidade das campanhas de conscientização e dos exames anuais. E, para quem acha que apenas o PSA resolve, um conhecido fez o exame de sangue, e não se constatou nada, ao contrário daquele de toque retal, feito por um urologista.
Da mesma forma, digo em relação à mamografia. A mulher que puder fazer, além da mamografia, um ultrassom das mamas, faça. Duas amigas próximas constataram o tumor apenas por meio do segundo exame. Uma vez ao ano, sempre opto por fazer os dois.
E já que o assunto é saúde, deixo o espaço para o depoimento de uma amiga que, há alguns meses passando mal, descobriu, após muito sofrimento, a origem de tudo. Assim que publicou e divulgou sua história nas redes sociais, (muitas mulheres) se manifestaram, relatando os mesmos sintomas.
"Você já ouviu falar da síndrome Asia? Síndrome autoimune inflamatória induzida por adjuvantes? Eu nunca tinha ouvido falar até dois meses atrás. Coloquei prótese de silicone nos seios há 14 anos. No começo tudo estava ok, não tive nenhuma complicação, e fez bem para minha autoestima. Comecei há uns dois anos a sentir alguns sintomas estranhos, pensei que fosse algo associado a hormônios. Fiz vários exames, e estavam ok. Outros sintomas começaram mais fortes desde fevereiro, mas somente no mês de maio ficaram mais intensos: visão turva, muita fadiga, enxaqueca, queda de cabelo, alergia pelo corpo, sudorese noturna, calafrios, formigamentos e febre sem explicação. Fazia exames de Covid, e nada. “Graças” a essa febre, fomos descartando possibilidades; até que um médico me “apresentou” a doença do silicone. Sendo assim, o explante era o melhor a ser feito. Trocar a prótese é trocar o problema. Mergulhando nesse universo, me surpreendi com os casos e relatos. Conheci mulheres com dores fortíssimas nas articulações, e esse sintoma eu não tive. Eu e outras mulheres estamos tentando alertar quem esteja passando por esses sintomas sem diagnóstico. PODE ser a síndrome. Procure seu médico. Não coloque silicone em seu corpo. Se eu tivesse sido avisada, não teria colocado. Na minha época, não tinha tanta informação como agora. Se quer, mesmo assim, colocar implantes, saiba das complicações. Em minha opinião devia ser OBRIGATÓRIO os médicos falarem dos riscos. Nos últimos dias estava sentindo até dificuldade para respirar, dependendo da posição. Falar muito me cansava. Dançar... impossível. Até a claridade do sol me incomodava. Caminhar jamais. Enfim, estou feliz em ter minha vida de volta.
Estou me sentindo LIBERTA. Aceito meu corpo do jeito que é. Nesta fase difícil, abracei com mais intensidade as terapias integrativas... menos remédios e mais natureza, autoconhecimento, realinhamento de energias... e este, sim, foi meu grande presente deste ciclo que se encerra. Se cuidem, meninas."
Não sou médica, sei que cada caso é um caso, mas que sirva de alerta. Acredito que o material, no caso o silicone, tenha diferentes graus de qualidade e procedência, por isso prefiro não generalizar. Mas uma coisa é certa: discutam sempre com seus médicos o assunto, antes de tomarem qualquer decisão.