

Minas S/A
HELENICE LAGUARDIA escreve em Economia às segundas. helenice@otempo.com.br
Leite Faemg
Leia a coluna Minas S/A, por Helenice Laguardia
- Presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite do Sistema FAEMG, Eduardo PenaFoto: Faemg/divulgação
- Presidente do BDMG, Sergio GusmãoFoto: BDMG/divulgação
- Isabela Moreira, gerente de marketing do Shopping Del ReyFoto: Del Rey/divulgação
- Túlio Lessa, CEO da EcobonuzFoto: Ecobonuz/divulgação
- Sócio da Nanonib, Luiz Carlos OliveiraFoto: Nanonib/divulgação
- Novo CEO da Ideagri, Marcelo FerreiraFoto: Ideagri/divulgação
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) estão pedindo o apoio da ministra Tereza Cristina para os produtores de leite. O objetivo é minimizar a crise do setor lácteo mineiro e nacional tendo como foco emergencial o grande volume de importação de lácteos vindo do Mercosul. O presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite do Sistema FAEMG, Eduardo Pena, conta que em 2020, as importações dos lácteos foram da ordem de 4,2% do total das aquisições, sendo que a região Sudeste representou 5,8% das importações. "A balança comercial de lácteos fechou 2020 com déficit anual de 142 mil toneladas, alta de 20,4% frente ao de 2019 e o segundo maior déficit da última década - o maior, de 189 mil toneladas, foi registrado em 2016”, explica Pena. Entre os produtos importados pelo Brasil, o leite em pó integral, o leite em pó desnatado e queijos ainda foram aqueles com maior participação na pauta importadora. A Argentina e o Uruguai foram os principais fornecedores, representando 97% do total importado pelo Brasil. "Apesar dos volumes ainda elevados de importações, o cenário futuro é de queda da competitividade do produto importado em nosso mercado. Temos que trabalhar a competitividade da cadeia produtiva, melhorar a eficiência do setor produtivo e industrial, e é de fundamental relevância a mudança no patamar de consumo do brasileiro. Portanto, trabalhar marco regulatório, questões tributárias, logística, ATEG são pontos que mitigariam a importação desleal”, argumenta o executivo do Sistema FAEMG. Por isso, regulamentar normas para importação de leite do Mercosul para evitar surtos e excessos de leite no mercado brasileiro foi uma das oito propostas apresentadas à ministra. Para Pena, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem que trabalhar a competitividade do setor lácteo. Em 2020, a produção de leite em Minas Gerais foi de 9,4 bilhões de litros, enquanto no Brasil a produção foi de 34,5 bilhões de litros. Eduardo Pena explica que o movimento de queda nos preços dos lácteos, iniciado na segunda metade de dezembro, manteve-se neste início de 2021. “No atacado, o preço do queijo muçarela fechou o mês com redução de 11% sobre a média de dezembro, enquanto que no leite UHT e no leite em pó as quedas foram menores. O mercado Spot seguiu a mesma trajetória com queda de 12%. A oferta de leite aquecida (período de safra na produção nacional e alto volume de importação) conjugada com o enfraquecimento da demanda (fim do auxílio emergencial, desemprego elevado, inflação dos alimentos em alta e incertezas quanto a reabertura do comércio) ajudam a explicar esse cenário”, aponta. No quesito insumos, Pena também apresenta números desafiadores: Na comparação anual em 2020, o milho acumula alta de quase 35% (em valores corrigidos pelo IGP-DI), ao passo que o valor médio do leite no mesmo período registrou queda de 14%, também em valores corrigidos. “Enquanto em maio de 2019, eram necessários cerca de 23 litros de leite para aquisição de uma saca de milho de 60 kg, em maio de 2020, esse número saltou para mais de 36 litros. O mesmo se observa para as rações comerciais, com o poder de compra do produtor caindo 21% para o concentrado energético e 25% para o concentrado proteico, ambos na comparação anual. Os preços do milho e do farelo de soja voltaram a registrar valorizações expressivas neste início de 2021”, compara o dirigente da comissão da FAEMG.
BDMG e ONU
O presidente do BDMG, Sergio Gusmão, foi nomeado o 13º membro do grupo “Liderança com Impacto”, da Rede Brasil, entidade que representa o Pacto Global da ONU no país. A iniciativa, que reúne presidentes de Eletrobras, Microsoft, SAP e outras, visa posicionar lideranças empresariais como agentes mobilizadoras do desenvolvimento sustentável na sociedade. O BDMG é a primeira instituição financeira a ter assento no grupo. Em 2020, o banco mais do que triplicou o desembolso de crédito para projetos com pegada sustentável em Minas, superando R$1,6 bilhão. “A promoção do crescimento inclusivo e sustentável é uma tarefa urgente, especialmente no âmbito da estratégia de recuperação econômica pós-pandemia”, ressalta Gusmão.
Shopping Del Rey
Em 2021, o Shopping Del Rey celebra 30 anos de mercado em processo de reinvenção. O mall incentivou a digitalização de seus lojistas e avança no reposicionamento de seu mix, apostando em marcas premium. Entre as operações que integram o projeto do novo Del Rey estão as já inauguradas Tommy Hilfiger e Iplace, além do restaurante Coco Bambu e da Tok & Stok – que deverão abrir suas portas nos próximos meses. “Nos últimos anos, demos início a um importante processo de reposicionamento do nosso mix de lojas, que ganhará ainda mais força com a comemoração dos nossos 30 anos. Manter a atratividade para marcas tão desejadas, em meio a esse cenário desafiador para o varejo, nos mostra que seguimos no caminho certo”, afirma Isabela Moreira, gerente de marketing do Shopping Del Rey.
Ecobonuz
A startup mineira Ecobonuz - de programa de fidelidade destinado aos clientes do transporte coletivo urbano e rodoviário - superou a marca de 90 milhões de pontos distribuídos e viu sua base de usuários crescer 60% em 2020. O programa já atende mais de 500 linhas de sete Estados brasileiros – MG, RJ, SP, RS, BA, PE e MT – e se prepara para chegar ao transporte coletivo metropolitano de Porto Alegre (RS), ainda no primeiro trimestre deste ano. O serviço, que tem o objetivo de ajudar as empresas de transporte a agregarem valor à experiência dos passageiros, também representa economia para as pessoas, que ampliaram em 80% o volume de resgates durante a pandemia. “Encerramos o ano com um crescimento de 53% no número de empresas parceiras, entre elas a Transfácil - responsável pelo transporte público de Belo Horizonte.”, afirma Túlio Lessa, CEO da Ecobonuz.
Nanonib
A startup mineira Nanonib Nanotecnologia e Inovação em Nióbio - que tem uma nanofábrica no Parque Tencológico de Belo Horizonte BHTEC - tem entre os destaques o produto de nióbio INNIB 41 para combate à Covid-19, que é inédito no mundo. “A startup está provando que o Nióbio não é este mito todo que dizem ou seja tem realmente aplicações nobres”, diz um dos sócios, Luiz Carlos Oliveira. A startup utiliza o nióbio para fins não metálicos. O INNIB41 já está pronto para ser lançado no mercado, aguardando a aprovação do insumo pela Anvisa. Ele será produzido em Minas Gerais pela Yeva Cosmétiques que tem fábrica e sede em Itaúna. A Nanonib também prevê a comercialização, ainda este ano, de um clareador para os dentes com nanomateriais de nióbio, que não utiliza o peróxido de hidrogênio (água oxigenada), flúor, conservantes ou corantes. O executivo conta que o INNIB41 teve resultados positivos na desativação, limpeza e proteção das mãos contra o Sars-CoV-2, causador da Covid-19 e outras bactérias e vírus. “O produto demonstrou elevada eficácia nos estudos laboratoriais comparativamente aos álcoois gel e líquido, porque apresenta efeito residual prolongado e protege diferentes tipos de superfícies por até 24 horas”, explica Oliveira. A empresa tem como sócios: Alessandro Carvalho Tamietti, Poliana Tamietti, Luiz Carlos Oliveira, Joel Passos, Cinthia Oliveira e Jadson Belchior. A startup mineira está apresentando as plataformas inovadoras do uso do nióbio para fins não metálicos durante a Exposição Internacional de Defesa (IDEX-2021) em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, como parte de uma comitiva do Ministério da Defesa.
Ideagri
A Ideagri, agtech especializada em sistemas de gestão para pecuaristas, técnicos e laticínios - e expandindo para a pecuária de corte em 2021 - com mais de 5.000 fazendas clientes no Brasil, tem um novo CEO. Ele é Marcelo Ferreira, 34 anos, que chega para acelerar o programa de expansão da empresa, iniciado no primeiro semestre de 2020 com a primeira fase do investimento de R$ 7 milhões do fundo 10b Livestock, gerido pela 10b Gestora de Recursos, integrante da SK Tarpon. “Nosso novo pacote tecnológico inclui inovações que vão atender um mercado que precisa ganhar eficiência para se manter competitivo e sustentável”, diz Ferreira. A meta, segundo ele, é dobrar a receita anualmente, até 2025. Além de contar com o bom desempenho do setor agropecuário, a empresa vai introduzir novos produtos com melhorias na experiência do usuário. “Queremos entregar aos nossos clientes a mesma experiência digital dos aplicativos, ou seja, grande facilidade de uso, interação e velocidade de resposta, mantendo a segurança e a confiabilidade que são a nossa força”, explica Ferreira. No setor do leite, por exemplo, o cliente Ideagri já pode comparar o desempenho de sua fazenda com propriedades similares em tamanho, perfil de gado e região de atuação, e descobrir rapidamente onde pode ganhar eficiência para melhorar sua lucratividade. Esse serviço, segundo Ferreira, é inédito no mercado. Marcelo Ferreira, que é engenheiro, substitui Heloise Duarte, fundadora e acionista da Ideagri, que assume a parte operacional. O novo CEO vai trazer para a empresa sua experiência acumulada no universo das startups. Depois de iniciar carreira na empresa de consultoria estratégica Kearney, Ferreira foi cofundador e CEO do HelloFood, plataforma de delivery on-line adquirida pelo iFood, bem como CEO de outras startups no setor de marketing digital, foodtech e healthtech.
MINAS EM ALTA
A seriedade com que o governo Zema tratou o acordo com a VALE já rende exposição positiva fora do Estado. Na 6a feira, o grande articulador do acordo, Secretário Otto Levy, falará sobre o tema para o Conselho Jurídico e Estratégico da Associação Comercial do Rio de Janeiro que, presidido pelo advogado Décio Freire, é formado por alguns dos maiores expoentes do judiciário e do empresariado fluminense.
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