Criada em 1979, a mineira Prodap, de tecnologias para o agronegócio e indústrias de suplemento mineral para animais, tem unidades em Santa Luiza (MG) e Barra do Garças (MT). O CEO Leonardo Sá conta os planos da Prodap para continuar crescendo. A seguir, os principais trechos. A entrevista completa no vídeo da coluna Minas S/A.
O que é a Prodap, empresa mineira há mais de quatro décadas no mercado brasileiro? Como ela foi se modificando e se atualizando? É uma empresa de solução com foco na cadeia da pecuária da carne e do leite. Temos indústria de suplemento mineral que vai ser fornecido na ração final dos animais, temos uma área de consultoria grande com quase cem consultores em 18 Estados do Brasil e também uma área de tecnologia bem grande com vários produtos inovadores, várias soluções dentro da nossa plataforma. O que a gente visa é transformar a história do nosso cliente, e, quando eu falo de transformação, é transformar desde o resultado financeiro do cliente final até o impacto de transformação das pessoas e o impacto de sustentabilidade.
Sobre as duas fábricas de suplemento mineral, onde elas estão instaladas e qual investimento que vocês já fizeram numa indústria com uma cadeia produtiva tão longa como essa? Em 1982, começamos com a planta industrial em Santa Luzia na Grande Belo Horizonte e, em maio do ano passado, a gente inaugurou a segunda unidade industrial no município de Barra do Garças, no Mato Grosso, que é uma das regiões com maior concentração de fazendas de pecuária de corte do Brasil. Temos 130 mil toneladas de capacidade industrial instalada de suplemento mineral. A indústria de Barra do Garças vem como um projeto importante do plano estratégico de crescimento da Prodap. Foram investidos quase R$ 15 milhões nesse ativo industrial, e ele está projetado para sustentar nosso crescimento para os próximos três anos.
E na geração de empregos, atualmente, qual é o volume de pessoas empregadas nessas fábricas? As fábricas são automatizadas, e a gente acaba gerando emprego de mão de obra qualificada. Hoje, planejamento e controle da produção engenharia de produção são áreas que acabam demandando bastante mão de obra qualificada dentro da indústria. Então, nas duas unidades industriais, hoje a gente deve estar com cerca de 50 colaboradores.
Você já pensa num plano plurianual para a empresa dado esse mercado em constante crescimento da produção animal no Brasil? Estamos crescendo a 30% há três anos consecutivos e começando este ano de 2021 crescendo 50%. No ano que vem já temos que começar o projeto da terceira unidade industrial. Não é tão simples colocar um projeto de uma indústria do zero. Passa, inclusive, pelo planejamento de escolha da melhor localização, e esse projeto demanda cerca de dois anos para a gente ter uma unidade de fato, em plena produção, desde as certificações, o licenciamento necessário, além da construção da obra civil e do planejamento industrial.
Essa terceira fábrica pode ficar em Minas Gerais? A indústria de Santa Luzia está mais do que suficiente para atender o mercado de Minas Gerais. A nossa visão é expandir, ou para o Norte, ou para o Centro-Oeste. No Norte, temos Pará, Maranhão, Tocantins e/ou Centro-Oeste, visando ao Mato Grosso do Sul. Então provavelmente vai ficar entre essas duas regionais a próxima unidade industrial.
E isso leva-se em conta a questão de logística, a produção animal na região tanto de gado de corte e gado de leite ou os incentivos fiscais que o governo pode dar? Os incentivos fiscais são alguns dos fatores determinantes tanto de acesso a capital para investimento quanto o incentivo tributário, então, sem dúvida, isso é um estímulo. Agora, para a gente o que vale como maior ponto de decisão é o mercado. O próprio crescimento da regional e a expansão desses mercados é o que vai determinar quem vai levar essa indústria primeiro.
Qual é o volume necessário para que a Prodap possa avançar mais nesse mercado tão competitivo? Para poder sustentar o crescimento tanto de capital de giro quanto do próprio investimento em tecnologia, vamos demandar cerca de R$ 20 milhões por ano, é o estimado. Mas hoje estamos crescendo acima da meta, acima do que estava planejado, então, tudo muda. Estamos ganhando mercado, e isso impacta em antecipar a demanda de capital.
Qual tem sido o trabalho e o investimento da Prodap nas áreas de tecnologia e consultoria? Temos duas plataformas: o Smart Milk, para as fazendas de pecuária de leite; e o Prodap Views, para as fazendas de corte. Ambas visam à gestão de reprodução sanitária do rebanho, toda a produção da fazenda. É muito importante corrigir os erros diários e são eles que vão levar ao ganho de peso lá na frente. Então isso é a base do processo produtivo dentro de uma fazenda. Essas plataformas também têm toda a gestão financeira para ajudar no controle de custos, de uma melhor tomada de decisão quanto às estratégias financeiras e decisões de negócio. Em cima disso, a gente está lançando uma camada analítica inovadora que é a Lore que usa algoritmos de inteligência artificial para poder gerar insight (conhecimento) para as pessoas lá na ponta. Lembrando que muitas vezes nas fazendas a gente tem pessoas que não tiveram a mesma oportunidade de instrução e o que a gente quer é encurtar o caminho analítico, encurtar o tempo da tomada de decisão dessas pessoas dentro de uma fazenda. Não depender que uma pessoa vai tirar um relatório consiga interpretar esse relatório. A Lore já avisa os problemas que vão acontecer antecipadamente e gera insigths das possíveis soluções de correção para aquela pessoa no campo tomar as melhores decisões. Também estamos iluminando as fazendas com IoT (internet das coisas) com sensores e também tecnologias que utilizam visão computacional para automatizar toda a coleta de dados dentro da fazenda. Isso vai permitir um absurdo de dados entrando dentro da plataforma e consequentemente acurácia dos algoritmos de inteligência artificial e suporte para melhor tomada de decisão. Estamos usando a imagem de satélite com a visão computacional para poder medir pasto, para medir a qualidade do pasto, para auditar contagem de rebanho, cerca virtual, um colar que não só identifica em média geolocalização dos animais mas consegue virtualmente conter os animais. Um leitor de cocho para confinamento que usa a câmera 3D para medir a sobra que é extremamente importante para que o algoritmo consiga precisamente falar qual a quantidade de comida que vai ser fornecida para cada curral, para cada lote no dia.
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