No mês de fevereiro, aqui nos Estados Unidos, é celebrado o Mês da História Negra (“Black History Month”), no qual são lembradas as conquistas dos afro-americanos dentro da trajetória da América do Norte.
É inevitável associar essa comemoração a um dos principais líderes que lutaram pelos direitos igualitários entre brancos e negros: Martin Luther King Jr.
O reverendo, nascido em Atlanta, em 1929, e assassinado em 1968, em Memphis, no Tennessee, fez inúmeros discursos, entre eles o “I Have a Dream Speech”, que até hoje inspira multidões.
Uma das frases ditas por Martin Luther King Jr. que mais me fascinam é: “Um líder genuíno não é um socorro para o consenso, mas um molde de consenso”.
A liderança corporativa deve ser desenvolvida por meio de práticas e ferramentas que nos ajudam a lidar com nosso maior desafio: nós mesmos! Sim, o segredo para sermos líderes melhores é, sem dúvida, ter autorresponsabilidade com o ambiente em que estamos inseridos, garantindo, dessa forma, não somente nossa eficiência enquanto líderes e gestores, mas também sendo o “molde de consenso”, como dito por Luther King.
Dentro da minha busca por conhecer mais sobre este tema fascinante que é a arte de influenciar as pessoas, aprendi que nossas maiores conquistas não estão em nossas relações com aqueles que são os que devem – ou ao menos deveriam – ser nossos liderados pela posição que exercemos numa companhia, mas, sim, com aqueles que influenciamos e/ou extraímos resultado – mesmo eles não tendo essa obrigação corporativa com a função por nós exercida.
O reverendo Martin Luther King Jr., com sua inteligência e capacidade de liderança, influenciou toda uma geração de pessoas que sofriam segregação racial – o que incluía prisões, espancamentos e até a morte pelo simples fato de serem de outra cor de pele. Ele ensinava aos negros como deveriam protestar, sem reagir à violência, por meio de técnicas de autodefesa para que, quando estivessem sendo presos ou espancados, pudessem se proteger, porém sem nunca revidar. Basicamente, o ensinamento era: “Vamos apanhar, sabemos disso. Então, sejamos fortes. Podemos nos defender. Nunca devemos revidar, iniciar ou participar de um confronto físico, porque o nosso foco é outro... muito maior!”.
Sua autoliderança foi fundamental para não ceder à oposição não somente dos brancos, mas também de seus próprios seguidores, líderes e amigos que resistiam e prefeririam o confronto e a batalha.
Você não pode depender de as pessoas à sua volta acreditarem em você para que você acredite em si mesmo. O princípio fundamental da autoliderança é não depender da aprovação das pessoas e, assim, seguir em frente com seus projetos e influência.
Esse ponto é especialmente fundamental quando se sentir decepcionado ou fraco. É fácil acreditar em si mesmo em tempos de bons resultados e de afirmação. No entanto, eles não duram para sempre e não são neles que os grandes líderes são formados. Uma pessoa que não acredita em si mesma não pode levar outras a acreditarem num projeto, sonho ou visão.
Falando nisso… “Do you have a dream?”.
(*) João Faria é senior sales & marketing executive e membro da Open Mind Brazil - MBA, executive coach, sales leader consultant e boys dad