A inclusão feminina no mercado corporativo ainda é um tema bastante controverso no que diz respeito a quanto as empresas estão realmente contribuindo para a igualdade de gênero.
É verdade que essa questão está em um patamar bem mais avançado se comparado a algumas décadas atrás. No entanto, ainda há muito para evoluir e o protagonismo feminino está longe de ser uma realidade na maioria das organizações brasileiras.
Segundo pesquisa recente da Ipsos, três em cada dez pessoas no Brasil ainda não se sentem confortáveis em ter uma mulher como chefe. E nesse número não estão inclusos apenas homens – muitas trabalhadoras pensam da mesma forma.
As mulheres estão cada vez mais conscientes sobre seus direitos, e esse é um ótimo ponto de partida. Mas as estatísticas mostram que isso não é suficiente: é necessário promover uma transformação estrutural no mercado de trabalho para reduzir de fato a disparidade de gênero.
É necessário entender que a construção de um ambiente profissional mais igualitário, diverso e inclusivo tem a capacidade de gerar resultados que vão muito além do aspecto financeiro.
Ao investir na equiparação de gênero, empresas tendem a colher mais dividendos. Foi o que mostrou um levantamento do Mckinsey Global Institute: organizações mais diversas quanto ao gênero alcançam mais facilmente excelência organizacional e são 15% mais propensas a obter retornos financeiros acima da média nacional de seu setor.
Mas, além disso, o protagonismo feminino tem muito a ensinar em termos de modelo de gestão. Afinal – ainda segundo o estudo – mulheres líderes identificam com maior facilidade pontos a melhorar na empresa e exibem, mais frequentemente do que os homens, traços de liderança altamente aplicáveis aos problemas globais futuros.
As competências que formam o perfil da liderança feminina são essenciais para o período dinâmico pelo qual o mercado corporativo está passando, influenciado pela transformação digital e o futuro do trabalho.
E as corporações possuem um papel decisivo nessa transformação. É necessário não apenas se atualizar, mas estar à frente das transformações e inclusão de gênero. Além de contratar, é preciso garantir um ambiente livre de opressões e assédio, bem como auxiliar o crescimento corporativo e pessoal das funcionárias.
Há vários caminhos para que as empresas ajudem a acelerar a transformação necessária para um ambiente corporativo mais igualitário. O ponto de partida é o reconhecimento do problema e da necessidade de ações concretas. O investimento em paridade de gênero ainda é muito baixo no Brasil, o que precisa ser repensado imediatamente.
Partindo deste ponto, estratégias como capacitação, contratações com foco na diversidade e criação de culturas de trabalho inclusivas se tornam essenciais para garantir a equidade de gênero nas forças de trabalho do futuro.
As mulheres precisam ser incentivadas a irem mais longe, além, é claro, de ter acesso a oportunidades iguais de crescimento e salários equivalentes aos dos homens. Apesar de todos os desafios, a consciência sobre a importância deste tema é cada dia maior dentro das corporações e a tendência é que encontrem caminhos para um mercado mais igualitário e ascendente.
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