Planejar pode parecer fácil no papel, mas envolver as pessoas e a si mesmo em torno dos reais objetivos é um desafio, que precisa de passos definidos. Por anos desenvolvi trabalhos no campo da gestão com pessoas em muitas empresas e via o esforço dos líderes em elaborar planos estratégicos, que, no final das contas, ficavam no papel e não se materializavam.
Era necessário construir uma liga entre o engajamento e a busca pelas conquistas efetivas dentro das empresas. Mesmo com o investimento de horas de treinamentos com colaboradores e líderes, o engajamento só acontecia quando a clareza dos esforços era demonstrada por meio de indicadores. E não era só criar uma meta, um número para ser perseguido; a junção entre objetivos e resultados-chave é que modifica esse cenário.
Manter-se engajado e com os olhos fixos na direção estabelecida será determinante na construção da performance e da felicidade. Mas só a clareza dos objetivos não vai garantir que todos os esforços, da vida ou dos negócios, se transformem em resultados. Esforço é diferente de resultado, e a elaboração, divulgação e foco neste último transformam tudo!
Uma metodologia de gestão chamada OKR foi criada pelo ex-CEO da Intel Andrew Grove e tem como objetivo simplificar a forma de encarar os chamados “Objectives and Key Results”, ou seja, os objetivos principais de uma empresa. Hoje uma das empresas de maior destaque da efetividade do método é o Google. Sua expansão vertiginosa pode ser, entre outros fatores, explicada pela aplicação da metodologia.
De forma muito clara, imaginemos que seus objetivos neste ano sejam: melhoria do conhecimento, cuidado com a saúde e compromisso social. Veja que os objetivos são amplos. Eles são como as grandes avenidas pelas quais suas ações vão acontecer. Para cada objetivo, os resultados-chave devem ser monitoráveis e quantitativos. Ler 20 páginas de um livro por dia, durante este mês. Caminhar vigorosamente por 50 minutos, todos os dias, até o fim do semestre. Ajudar de 15 em 15 dias na distribuição de cestas básicas no projeto social do bairro.
Seja nas empresas ou na vida, essa engenharia do comportamento, que chamamos de “terapia do estilo de vida”, encontra nessa competência da orientação para resultados um grande destaque. Um bom plano começa com uma visão clara do lugar aonde se quer chegar, depois disso as direções devem ser escritas. Das direções nascerão as ações-chave e demandarão investimentos.
Dessa combinação virão as reações, e, por fim, os resultados-chave devem saltar à vista. Visão, direção, ação, previsão e reação: os pontos do plano da performance. Chamo de “círculo da objetividade”!
Mover-se na direção dos resultados-chave pode parecer um raciocino ansioso, mas é justamente o contrário. A analogia da imagem de Arquimedes pode ajudar. Lembram-se? A imagem grega do homem que fazia um esforço enorme apoiando-se sobre uma alavanca. Dê-me um ponto de apoio, que movo o mundo.
Mas imagine se o centro de apoio se movesse na direção do peso maior. Você teria um equilibro. Como se fosse uma gangorra, destas de um lugar em cada ponta, que vemos nos parquinhos, com, por exemplo, um peso maior de um lado. Se você mover o centro de apoio na direção do peso maior, de repente poderá levantar o peso, o desafio, com facilidade. Mover-se na direção dos reais resultados-chave será a transformação para a performance. Esforço pode cansar e esgotar. Mas esforço sem resultado adoece a alma e mata a alegria. Boas escolhas.