Em 1977, Valdez Maranhão Ferreira Cruz veio a Belo Horizonte a passeio e, encantado com a capital mineira, conseguiu um emprego no extinto "Jornal de Minas". Era o início de sua carreira como fotógrafo, sonho que vinha cultivando há anos. Em Minas, ele ganhou experiência necessária para a nova profissão e foi conquistando amigos cobrindo eventos sociais e de turismo. Em 2000, foi convidado por Vinicius Saloom, ex-proprietário do restaurante Mala e Cuia, para abrir um restaurante, a Parrilla do Maranhão, que foi sucesso durante seis anos. Veio a primeira crise e o estabelecimento foi fechado. Como queria continuar a receber os amigos, Maranhão comprou o Bar 171 em Lourdes e inaugurou o Buteco do Maranhão, que neste ano comemora 15 anos em plena pandemia do novo coronavírus. Para comemorar a data, ele reuniu seu círculo de pouquíssimos amigos no bar em fevereiro, quando a cidade ainda não estava em lockdown.
O Boteco do Maranhão completou 15 anos em plena aceleração da Covid-19 em Belo Horizonte. O que o empresário Valdez Maranhão espera das autoridades municipais e estaduais para continuar a manter seu negócio aberto?
A esperança de todos os comerciantes é que os governantes olhem um pouco para nossa economia que está fragilizada .Os impostos e as taxas acabam com o lucro que você teria. Hoje tem 3.000 estabelecimentos de alimentação fechados na cidade e 35 mil desempregados segundo a Abrasel.
Como você está sobrevivendo ao lockdown?
Nesta pandemia só não fechei graças a um grande amigo que me socorreu para que pudesse pagar o aluguel, porque não tenho vendas.
Seu Estado de origem é o Maranhão, você esteve lá recentemente. O Maranhão registrou até agora 34.762 casos de coronavírus e 1.714 mortes pela doença. Há alguma coisa que podemos aprender com a experiência maranhense ou vice-versa?
Sou do Maranhão, minha familia mora todos lá estive este ano passando minhas férias com parentes e amigos em São Luis. A situação da Covid-19 é ruim em todo o país, estou vendo sempre amigos morrendo e outros se recuperando.
A Feijoada do Maranhão é um evento tradicional para o trade turístico mineiro. No ano passado, o evento enogastronômico não aconteceu de forma presencial. Como estão os preparativos para a Feijoada deste ano? A Feijoada do Maranhão completa 30 anos em 2021, mas ainda náo tem data para ser realizada. A minha ideia é fazê-la desta vez no Mineirão, no entanto, é preciso confiar em Deus e rezar para que essa doença acabe logo.
Você é praticamente um cidadão belo-horizontino. Como você resume sua experiência e sua relação com a cidade?
Me considero mineiro de coração e já tenho até o título de Cidadão Honorário de Belo Horizonte. Fiz muitos amigos aqui que não troco por dinheiro algum.