Encerrada na última quarta-feira (2), a segunda edição da feira de turismo Visit.Pernambuco Travel Show reuniu operadores e fornecedores no Armação Resort, em Porto de Galinhas. A proposta era capacitar operadores para vender o destino durante a pandemia e mostrar os protocolos de higiene e segurança implementados. Nessa entrevista, Eduardo Tiburtius, presidente do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau, organizador do evento, fala dos resultados da feira e da promoção do balneário, que pré-pandemia era o quinto destino mais visitado do país.
Qual é a seu balanço que você faz do Pernambuco.Travel? Nossa avaliação foi superpositiva. Quando começamos a desenhar o evento, nossa meta era atrair 50 operadores para participar das capacitações e rodadas de negócios. Conseguimos reunir 60, mobilizando quase todas as operadoras do país.
Por que realizar um evento presencial nesses tempos de pandemia? Há dois meses, quando os eventos corporativos foram liberados pelo governo do Estado, o Sebrae promoveu o projeto Eventos Lab em todo o Estado, de Recife a Petrolina, que na verdade foram treinamentos para mostrar como seriam os eventos corporativos daqui para frente. Isso nos deu mais segurança para realizar o Pernambuco.Travel, que é também uma forma dos operadores verem in loco todos os protocolos implementados pela hotelaria.
E como foram implantados esses protocolos de higiene e segurança? Porto de Galinhas parou as atividades turísticas em março, mas como temos um trabalho de associativismo desde 1992, isso nos deu uma vantagem em relação a outros destinos. Os protocolos foram desenvolvidos de forma conjunta do trade com o Real Hospital Português, de Recife, e desenhado pela Faculdade de Hotelaria e Turismo, da Universidade Federal de Pernambuco. Recife é hoje um polo de medicina avançada no Nordeste. Juntamos trade, especialistas e acadêmicos para então criar os protocolos. Quando reabrimos em julho, estávamos um passo à frente de outros destinos. Por trabalhar com associativismo, conseguimos capacitar mais de 3.000 agentes de viagens nacionais e internacionais nesse período, então a venda veio naturalmente. O que a maioria (dos destinos) está fazendo agora, fizemos lá atrás.
Pernambuco já vive uma segunda onda de propagação de coronavírus. Como se comportará Porto de Galinhas neste momento? Quando a gente reabriu, estávamos numa curva de queda da doença. Como nossos protocolos são hospitalares, nos sentimos mais seguros em manter as atividades. Talvez agora com a aceleração da propagação do vírus em Pernambuco, precisaremos voltar à ocupação de 70%, mas nossos protocolos continuam muito rigorosos.
A maioria dos turistas que visitavam Porto de Galinhas antes da pandemia era originário da região Sudeste do país, de centros urbanos como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. É possível viver do turismo regional nos próximos meses? Nós próximos meses, podemos viver só do turismo regional, por conta do fim de ano, das férias e do verão. Porto de Galinhas é balneário de Recife. Nesta época do ano, os visitantes da capital e região, que até agora só vinham em feriados curtos, voltam a procurar o destino para longa permanência. Mas a longo prazo, e com a segurança de uma vacina, vamos precisar de turistas do Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Como está a ocupação dos hotéis e pousadas no vilarejo? No primeiro mês de reabertura, a ocupação foi de 8%, depois subiu para 15% em agosto, e 30% e 40% nos meses seguintes. De agosto a fevereiro esperamos manter a atual ocupação de 60%.
Qual é a expectativa do trade turístico para os próximos meses? Não temos nenhuma ação presencial agendada para o ano que vem, apenas online. O trade de Porto de Galinhas só acredita em uma recuperação do turismo no segundo semestre de 2021, quando espera-se a distribuição da vacina e uma maior imunização da população. Já chegamos a ter 52 grupos de famtour (viagens de familiarização para o trade) e fampress (viagens para jornalistas) em 2019, um por semana praticamente, que era uma de nossas principais ferramentas de divulgação do destino, e agora não temos nenhum previsto.