Eleições

Outra rede social

Quem aposta em discurso ideológico e notoriedade nas redes sociais “digitais deve se decepcionar no pleito de outubro

Por Paulo Diniz Filho
Publicado em 20 de fevereiro de 2024 | 04:00
 
 
 
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Antes que Facebook, Instagram, TikTok e assemelhados captassem a atenção dos políticos em busca de votos, o termo “redes sociais” já existia e era de extrema importância para quem quisesse sucesso nas urnas. A expressão “redes sociais” servia para designar principalmente os laços de parentesco, amizade, vizinhança, parceria profissional – enfim, todas as relações que ligavam as pessoas concretamente, quase sempre envolvendo algum grau de confiança. Portanto, a possibilidade de aceitar a opinião de um membro de sua rede social era – como ainda é – muitas vezes maior do que uma recomendação que tivesse origem em uma pessoa estranha.

Muitos políticos brasileiros, nos dias atuais, investem tempo e recursos financeiros para criar relacionamentos nas redes sociais da internet, desprezando o riquíssimo potencial eleitoral das redes sociais do “mundo real” – aquelas baseadas nas relações pessoais de confiança.

Esse não parece ser o caso de Paulo Brant, pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte. Filiado recentemente ao PSB, Brant publicou há poucos dias em suas redes sociais – digitais – fotos de um encontro que teve com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, juntamente com outras lideranças do partido. Alckmin destoa do padrão dos políticos paulistas, pois foge do autoelogio superlativo, articula em silêncio, é flexível e está sempre disposto ao diálogo – enfim, praticamente um mineiro.

Nesse estilo discreto e eficiente, Alckmin vem trabalhando para eleger prefeitos do PSB pelo Brasil afora, independentemente dos planos e interesses do PT e dos demais partidos da base governista.

Com o aval de Alckmin, Brant vai poder contar com a antiga e extensa rede de contatos que o PSB construiu em Belo Horizonte nas últimas décadas – desde as gestões de Célio de Castro, na década de 1990. Vale lembrar que a força dessa capilaridade no município foi reiterada em 2008, quando o então desconhecido – e nada carismático – Marcio Lacerda foi eleito prefeito pelo PSB. Nesse caso, ajudou o apoio simultâneo de PT e PSDB, porém, quando a campanha desce ao patamar do “olho no olho”, é a rede de contatos pessoais e de confiança que efetivamente garante os votos.

Vale destacar também, no encontro de Paulo Brant com Geraldo Alckmin, a presença de outro ex-tucano ilustre: Narcio Rodrigues, ex-deputado federal e exímio articulador político. Sua presença nesse time político é garantia de que o planejado será executado, dada a vasta experiência de Rodrigues na lida partidária e eleitoral.

Com acesso às redes sociais “concretas”, estrutura e recursos partidários, além do indispensável foco em propostas de ação, Paulo Brant tem tudo para crescer ao longo de 2024, firmando-se como um dos candidatos mais competitivos para a Prefeitura de Belo Horizonte.

Como já dito nesta coluna, as pesquisas eleitorais refletem muito mais o passado do que o futuro. Por isso, quem aposta em discurso ideológico e notoriedade nas redes sociais “digitais” deve se decepcionar no pleito de outubro.

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