Luiz Carlos Mendes Costa trabalha na gigante Pif Paf desde os 14 anos. Foi diretor presidente durante 25 anos. Hoje, aos 60, é “apenas” acionista e presidente do Conselho de Administração da Pif Paf Alimentos. É formado em Administração de Empresas, ele tem, em seu DNA, o empreendedorismo. Perfeccionista, inovador, observador, crítico e sempre de olho nas oportunidades, é exemplar.
Essa história de Pif Paf está no sangue?
Sim, foi herança do meu pai, Avelino Costa, ainda vivo para nós. Um português que chegou ao Rio de Janeiro, com 18 anos, sem um centavo. Trabalhou em loja de tecidos por seis anos: começou faxineiro e saiu gerente geral de comércio para casar com a minha mãe, Maria Adelaide, e começar a constituir a primeira empresa. A Pif Paf veio seis anos depois. Em 1968, comprou um frigorífico falido e o reergueu.
De onde vem o nome Pif Paf?
Não sabemos. Meu pai não teve a curiosidade de perguntar – e eu só tinha nove anos. Mas já era um nome conhecido no Rio de Janeiro.
Por que mudou-se para Minas Gerais?
Aos 14 anos, estudando, comecei a trabalhar na Pif Paf. Já aos 21, fui para Visconde do Rio Branco trabalhar na produção da fábrica. Visitei indústrias no Brasil e no exterior. Assim, apliquei melhorias. Em 1985, assumi o Frigorífico em VRB, e assumi a Pif Paf integralmente.
Naquele momento, em 1985, a Pif Paf tinha 25 anos de idade, 1.200 funcionários e US$ 16 milhões por ano de faturamento.
Este ano, fecharemos com R$ 2,4 bilhões, 7.800 funcionários e eu, com 60 anos. Planejei e realizei, graças a Deus. Preparamos a terceira geração com uma regra: só assume quem quer e quem tem competência.
Aos 22 anos, tua “bola de cristal” falou que ia se aposentar aos 55...
Não estou no dia a dia da empresa, mas ela funciona como um relógio. Ano passado fomos agraciados pelo jornal “O Estado de S. Paulo” como a segunda melhor empresa do país em gestão corporativa. É, para mim, motivo de orgulho.
A Pif Paf foi o primeiro frigorífico a exportar frango no Brasil e abriu caminho para nos tornarmos o número 1 do mundo?
Em 1975, meu pai assinou o primeiro contato de exportação de frango do Brasil: 2.200 toneladas para o Oriente Médio. Já naquela época, era muito. Hoje, a gente exporta em torno de 30 mil toneladas para mais de 20 países, como: Rússia, Japão, China, Cingapura, Hong Kong, Cuba alguns países da África e do Leste Europeu. Naquela época, era frango inteiro. Só existia isso. Hoje temos um portfólio com mais de 400 produtos, além dos Sucos Tial.
E a sua máxima “eu posso não ter a maior empresa, mas terei a melhor empresa do setor”? Acha que conseguiu?
Hoje, realmente a Pif Paf é um exemplo de empresa bem governada e pronta para crescer. Recebemos muitos prêmios, tanto regionais quanto nacionais, nos últimos anos, justamente reconhecendo a nossa gestão eficiente e a qualidade dos nossos produtos. Além disso, acabamos de adquirir a empresa Fricasa, em Santa Catarina, o que certamente vai acelerar nosso crescimento sustentável.