

Paulo Navarro
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No compasso do tempo
Uma entrevista com a arquiteta Ana Paula Massote Rohlfs
O belo e a beleza perseguem a arquiteta Ana Paula Massote Rohlfs. Nasceu em Campo Belo, brilha em Belo Horizonte; no Brasil e exterior. Mesmo no feio 2020. O isolamento fez a mulher Ana Paula enxergar o quanto estava acelerada. “Meu olhar está mais apurado, enxergando mais o coletivo e menos o ‘eu’. Meu maior combustível é a família, nunca estivemos tão próximos e alinhados”.
Como vai a arquiteta Ana Paula Rohlfs? Diante de tantas incertezas, vou bem demais. Faça sol ou chuva, sofrimento ou alegria; minha fé e os cuidados de Deus sempre me abrem as melhores portas. Assim, a arquiteta também vai muito bem, trabalhando muito.
O teletrabalho é novidade ou um velho amigo? Visitar obras, é coisa do passado? Tirei de letra e minha equipe também. Tenho clientes e projetos em muitos estados e fora do Brasil, por isso implantei o trabalho remoto há bastante tempo. Otimiza o tempo. Evita retrabalho, visitas, reuniões desnecessárias e viagens infrutíferas. O ideal é o meio termo. Precisamos do presencial, mas “apenas” para compartilhar ideias e emoções; seja no escritório, com clientes e parceiros.
A experiência na Europa, ainda que pequena, te abriu para o mundo da computação gráfica? Foi no confisco no governo Collor. Voltei querendo sair da “caixa”. A computação gráfica era a bola da vez no exterior. Fui pioneira em BH, apresentando projetos em CAD e perspectivas em 3D. Foi o pulo do gato.
Nanquim, prancheta são peças de museu para os arquitetos ou a tecnologia também aperfeiçoou a arte do desenho? Desenho à mão livre e uma visão espacial são dons, privilégios de poucos. Dom de Deus mesmo! Hoje é um “plus”, em qualquer área da criação.
A CasaCor significa o quê, para você? Fiz 12 edições, inclusive em SP, a Casa Cor Hotel. Sou dos que tiveram as carreiras alavancadas, ao dar conteúdo diferenciado aos espaços, além da função a que se propunham. O mundo mudou e a Casacor acompanhou. Agregou mais conteúdo, abraçou novas áreas e com isso novas possibilidades. E já está na “vibe” virtual.
Qual a maior perda e a maior oportunidade deste 2020 que mudou tudo? Temos necessidade do convívio social, que é a maior perda. A maior oportunidade? O resgate da vida conjugal e os filhos que ficaram mais próximos. Desacelerada, tive mais tempo te buscar a Deus, orar mais para ajuntar meu espírito. Consequência disto? uma paz interior que excede o entendimento humano.
Qual é o teu forte e a tua predileção na arquitetura? Casas? Gosto de desafios nos projetos corporativos, mas amo projetar residências. Requer psicologia, estudo do modus vivendi; pede uma linguagem única à arquitetura e ao design interior.
Para terminar, que arquiteto ilustraria uma nota de R$ 100, 200 ou 300 no Brasil? Oscar Niemeyer (1907-2012). Na Europa, uma mulher fantástica, a iraquiana-britânica Zaha Hadid (1950-2016). Nos Estados Unidos, Frank Lloyd Wright (1867-1959).
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