Atual campeão olímpico no futebol masculino, a seleção brasileira conheceu o caminho para a defesa da medalha de ouro em Tóquio. O mesmo para a seleção feminina, quarta colocada na Rio-2016. A Fifa sorteou os grupos dos torneios da modalidade nos Jogos Olímpicos marcados para o próximo mês de julho.
Sete estádios serão utilizados como sedes para os torneios de futebol na Olimpíada de Tóquio, incluindo Yokohama, local onde a seleção brasileira faturou o pentacampeonato mundial e que também marcará a estreia do masculino nos Jogos deste ano. O Brasil caiu na chave D ao lado de Alemanha, Costa do Marfim e Arábia Saudita.
A ALEMANHA
A seleção masculina estreia no dia 22 de julho, antes da abertura oficial da Olimpíada, como já é tradição no futebol, diante da Alemanha, em Yokohama, às 5h30 da manhã no horário de Brasília. Duelo cheio de voltas no tempo para o Brasil, afinal de contas, foi contra a Alemanha que a seleção se tornou pentacampeã mundial justamente em Yokohama. Os alemães também foram os oponentes do Brasil na Rio-2016, quando o futebol conquistou o inédito ouro olímpico em um jogo decidido nos pênaltis.
A Alemanha chega ao torneio olímpico credenciada pelo vice-campeonato do Europeu sub-21, quando foi derrotada pela Espanha, ainda em 2019. Na fase de grupos, os alemães asseguraram o topo do grupo B, avançando às semifinais do Europeu e também carimbando o passaporte para Tóquio. Durante a disputa do qualificatório para os Jogos, a seleção alemã marcou 15 gols, o melhor ataque do Europeu Sub-21. O destaque ficou com o atacante Luca Waldschmidt, que marcou sete dos 15 gols do time. O jogador atua no Benfica, de Portugal, e já marcou 10 gols em 37 jogos nesta temporada.
Será a 10ª participação olímpica da seleção alemã, que nunca venceu o torneio. A melhor colocação do futebol masculino alemão em Olimpíadas foi justamente a prata no Rio.
A COSTA DO MARFIM
O segundo jogo da seleção masculina do Brasil na Olimpíada será contra a Costa do Marfim no dia 25 de julho, também em Yokohama, às 5h30 da manhã no horário de Brasília. Este é o retorno da seleção marfinense a uma edição olímpica pela primeira vez desde a presença nos Jogos de 2008, em Pequim, quando foi derrotada pela Nigéria, nas quartas de final por 2 a 0.
A classificação da Costa do Marfim a Tóquio se deu com o vice-campeonato do sub-23 africano em 2019, quando perdeu para o Egito na grande decisão por 2 a 1. O jogo só foi decidido na prorrogação. O que chama a atenção é que durante a disputa do Campeonato Africano sub-23, a Costa do Marfim não conseguiu vencer nenhum jogo por mais de um gol de diferença. É difícil até projetar a seleção marfinense para a competição em solo japonês. Vale lembrar que em 2019, o sub-20 marfinense sequer disputou o Campeonato Africano da categoria, vencido por Mali. Um dos nomes que devem pintar em Tóquio é Christian Kouamé, atacante de 23 anos, que joga atualmente na Fiorentina, da Itália, e já foi convocado para defender a seleção principal.
A ARÁBIA SAUDITA
Fechando o caminho brasileiro na primeira fase, o adversário será a Arábia Saudita, no dia 28 de julho, em Saitama, às 5h da manhã no horário de Brasília. Será mais um vice-campeão na trajetória da seleção. Os sauditas chegam a Tóquio após terem perdido a final do sub-23 da AFC, disputado na Tailândia, no ano passado, quando perderam para a Coreia do Sul por 1 a 0.
Na fase de grupos, a Arábia Saudita terminou na primeira posição, concedendo apenas um gol aos adversários. Já nas quartas de final e semifinal, vitórias sobre Tailândia e Uzbequistão por 1 a 0. Foram quatro clean sheets do goleiro Mohammed Al Yami, hoje aos 23 anos, e atualmente defendendo a meta do Al-Ahli Jeddah, da Arábia Saudita.
Saitama, a cidade japonesa que receberá o jogo entre Brasil e Arábia Saudita, também fez parte da trajetória do penta. Foi lá que a seleção venceu a Turquia por 1 a 0, na semifinal da Copa do Mundo de 2002.
O BRASIL
Esta será a 14ª participação do futebol masculino brasileiro em Jogos Olímpicos, a segunda seleção com mais aparições na história da competição. Antes do ouro no Rio, o Brasil acumulou três pratas, incluindo Londres 2012. O Brasil, assim como todas as outras seleções do grupo, também chega a Tóquio como vice-campeã do qualificatório. A seleção dominou a primeira fase, com 100% de aproveitamento, mas no quadrangular final do pré-olímpico acabou empatando dois jogos contra Colômbia e Uruguai e não conseguiu alcançar a lider Argentina. O destaque brasileiro na corrida por Tóquio foi o trio Matheus Cunha, Paulinho e Pepe, com 11 gols marcados dos 16 da seleção.
PENSANDO NO MATA-MATA
O torneio olímpico é formado por 16 seleções divididas em dois grupos de quatro times cada. As duas melhores de cada chave avançam às quartas de final. O cruzamento do grupo do Brasil no torneio mascuilino pensando no mata-mata é a chave C, que tem Argentina, Espanha, Egito e Austrália. Promessa de muita emoção pela frente no caminho da seleção.
OS GRUPOS DO TORNEIO OLÍMPICO MASCULINO
Grupo A: Japão, África do Sul, México e França
Grupo B: Nova Zelândia, Coréia do Sul, Honduras e Romênia
Grupo C: Egito, Argentina, Espanha, Austrália
Grupo D: Brasil, Alemanha, Costa do Marfim e Arábia Saudita.
OLHO NA IDADE
Em Tóquio, por causa do adiamento dos Jogos do ano passado, as seleções do torneio masculino serão sub-24. Uma decisão importante para o Brasil, já que 11 atletas presentes no último pré-olímpico completam 24 anos neste ano. Vale lembrar também que a regra de convocação de três jogadores acima dos 23 anos de idade permanece. A seleção pode ter, por exemplo, Neymar em mais uma Olimpíada, seria a terceira de sua carreira.
O CAMINHO DA SELEÇÃO FEMININA
Quarta colocada na última Olimpíada e sétima no ranking da Fifa, a seleção feminina também conheceu as adversárias em Tóquio 2021. A equipe comandada pela técnica Pia Sundhage caiu no Grupo F, ao lado de China, Zâmbia e Holanda.
A CHINA
A estreia da seleção brasileira será no dia 21 de julho, contra a China, no estádio de Miyagi, às 5h da manhã no horário de Brasília. Curiosamente, as chinesas também foram as rivais da seleção feminina na estreia dos Jogos do Rio, quando o Brasil venceu por 3 a 0. No último torneio olímpico, a China chegou às quartas de final, mas a grande lembrança do futebol do país em Olimpíadas ainda paira em Atlanta 1996, quando chegou à final de forma surpreendente, perdendo por 2 a 1 para os Estados Unidos. Em Sydney 2000 e Atenas 2004, as chinesas caíram na fase de grupos. Em Pequim 2008, a China chegou às quartas de final, e em Londres 2012 sequer participou.
Desta vez, a seleção asiática chega à Olimpíada após superar a Coreia do Sul no playoff final da AFC, combinando no agregado para o placar de 4 a 3. O destaque dos dois jogos foi Wang Shuang, que já atuou no PSG. Ela marcou dois dos quatro gols contra as coreanas e ainda deu uma assistência.
A HOLANDA
O segundo jogo da seleção feminina nos Jogos Olímpicos de Tóquio será, sem dúvidas, o mais difícil da chave. A partida será contra a Holanda, uma das forças do futebol feminino atual, no dia 24 de julho, também em Miiyagi, às 8h no horário de Brasília. A seleção holandesa é a atual vice-campeã do mundo - perdeu a final da Copa de 2019 para os Estados Unidos -, faturou a Eurocopa de 2017 e simplesmente dominou as Eliminatórias para a Euro de 2022, vencendo todas as partidas do Grupo A, com 10 vitórias, 30 pontos, 48 gols marcados e apenas três sofridos.
Será a primeira vez que o futebol feminino da Holanda vai disputar uma Olimpíada. Mas esta 'inexperiência' na competição não vem significando nada para as holandesas. Lembremos, por exemplo, que a Holanda só se classificou para a sua primeira Euro feminina em 2009. Oito anos depois, elas faturaram o título. A primeira vez que a seleção holandesa apareceu em uma Copa do Mundo feminina foi em 2015, quando ainda avançaram às oitavas de final. Quatro anos depois, na França, chegaram à decisão contra os Estados Unidos,
É notável a evolução do futebol feminino holandês na última década e a Olimpíada de Tóquio conhecerá este poder. A classificação holandesa veio com a vitória sobre a Itália por 2 a 0, nas quartas de final da Copa do Mundo de 2019.
O ZÂMBIA
O Brasil encerra sua participação na fase de grupos do torneio olímpico feminino no dia 27 de julho, em Saitama, quando encara a seleção de Zâmbia, às 8h30 no horário de Brasília. As africanas são as debutantes na competição.
A primeira classificação da história do país no futebol feminino veio em uma jornada épica. Afinal de contas, Zâmbia era uma das piores seleções do ranking africano, disputando o pré-olímpico desde a primeira rodada. A seleção avançou à segunda fase sem precisar entrar em campo, com Angola deixando a competição. Na sequência, Zâmbia beneficiou-se de outra saída, desta vez de Zimbábue, que se retirou antes do jogo da volta. Na ida, Zâmbia havia vencido por 5 a 0.
Na terceira rodada, a seleção africana não teve muita dificuldade para superar Botswana, vencendo por 1 a 0 em casa e depois por 2 a 0 fora. A quarta rodada reservou um duro encontro contra o Quênia. Um 2 a 2 aconteceu no primeiro jogo, disputado no país vizinho, mas na volta, em casa, as 'Copper Queens' triunfaram por 1 a 0. Na rodada final, o resultado mais improvável de todos aconteceu. Diante da seleção camaronesa, uma das forças do continente, Zâmbia conseguiu o que muitos julgavam como impossível. A seleção local superou Camarões em Lusaka por 2 a 1, e mesmo perdendo por 3 a 2, em Camarões, assegurou a classificação com os gols fora de casa.
O BRASIL
A seleção feminina disputou todos os torneios olímpicos de futebol desde a introdução da modalidade em Atlanta 1996. A busca pelo ouro olímpico esteve muito próxima do Brasil por duas ocasiões. Mas a seleção acabou perdendo para os Estados Unidos na grande decisão em Atenas 2004 e Pequim 2008. Contando com o Rio, o Brasil ainda ficou em quarto mais duas vezes: em Atlanta 1996 e Sydney 2000.
Para chegar aos Jogos de Tóquio, o Brasil não teve muito trabalho. Ganhou pela sétima vez a Copa América, vencendo todos os jogos, marcando 32 gols e sofrendo apenas dois. No torneio olímpico, a seleção ainda tem uma marca individual importante. A atacante Cristiane é a maior goleadora da competição com 14 gols.
PENSANDO NO MATA-MATA
O torneio olímpico feminino será disputado por 12 seleções divididas em três chaves de quatro times cada. Avançam às quartas as duas melhores de cada grupo e mais dois melhores terceiros colocados. No grupo B, o cruzamento do Brasil será com a chave A, formada pelas japonesas, canadenses, britânicas e francesas.
OS GRUPOS DO TORNEIO OLÍMPICO FEMININO
Grupo A: Japão, Canadá, Grã-Bretanha e Chile
Grupo B: China, Brasil, Zâmbia e Holanda
Grupo C: Suécia, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia
AS SEDES DO FUTEBOL EM TÓQUIO
Serão sete estádios utilizados, cinco deles foram palcos dos jogos da Copa do Mundo de 2002, vencida pelo Brasil. São eles: Yokohama, Saitama, Sapporo Dome, Miyagi e o Ibaraki Stadium, em Kashima.
Os outros dois estádios utilizados serão os de Tóquio. O Olímpico receberá apenas um jogo, a final feminina e tem capacidade para 60 mil pessoas. Já o estádio de Tóquio receberá partidas das fases de grupo do torneio feminino e masculino.
VAR
Pela primeira vez na história, o torneio olímpico terá a introdução do árbitro de vídeo, seguindo as recomendações para competições internacionais organizadas pela Fifa após a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.