Não há dúvidas de que o Sada Cruzeiro é a maior dinastia que temos notícia no esporte. A conquista do hexacampeonato da Superliga Masculina nesse domingo, no Mineirinho, apenas ratifica a sequência avassaladora da equipe, que desde 2006, no início do projeto em Betim, acumula em sua galeria 36 taças. Um número absurdo em um esporte de alto rendimento como é o vôlei. A condição da Raposa na modalidade supera tudo que conhecemos em termos estatísticos, principalmente porque o projeto é relativamente jovem em comparação com todas as potências estabelecidas no esporte mundial. A jornada meteórica não foi sequer interrompida com mudanças substanciais na formação da equipe ou medidas para equalizar a disputa.
Caminhemos, por exemplo, pelo futebol. A modalidade permite aos times múltiplos torneios em uma temporada, o que faz com que as equipes sempre priorizem competições em detrimentos das outras. Mas existem casos que podem significar uma certa condição hegemônica, como o Real Madrid na Champions. Desde 1998, são seis títulos. No total, já são 12 conquistas e os merengues podem chegar ao 13º título ainda neste mês. Temos ainda o caso do Independiente, que entre 1972 e 1975 conquistou quatro Libertadores. No geral, foram sete taças do torneio continental para os argentinos em 21 anos.
Andemos agora no basquete. Um dos esportes mais praticados do mundo e que tem a NBA como vitrine. É difícil manter uma curva tão ascendente na liga norte-americana, algo que vimos com o Lakers, com seis conquistas entre 1948 e 1954, Boston Celtics, com oito títulos entre 1959 e 1966, além do Chicago Bulls, de Michael Jordan e cia., com seis títulos na década de 1990.
Um pouco mais distante, no beisebol, o mais que centenário New York Yankees ostenta o status de maior campeão da história da MLB, a liga de beisebol dos Estados Unidos e Canadá, com 27 conquistas. O time chegou em 40 decisões, sendo que sua fase mais vencedora aconteceu entre 1947 e 1962 (com dez triunfos na World Series).
No hóquei da NHL, a liga norte-americana e canadense, essa capacidade de dinastias é ainda mais complexa. A competição chegou a ter sequências de quatro títulos, e o Montréal Canadiens é de longe o maior campeão, com 24 Stanley Cups.
No futebol americano, a maior dinastia que vem sendo escrita atualmente é a do New England Patriots, que nos últimos 18 anos chegou a oito Super Bowls, conquistando cinco troféus Vince Lombardi e outros três vice-campeonatos, todos eles sob a liderança do técnico Bill Belichick e do quarterback Tom Brady.
A Fórmula 1 viveu sua fase mais hegemônica na dobradinha Schumacher e Ferrari. A chegada do alemão mudou a escuderia italiana, que não era campeã de pilotos desde 1979. Foram cinco conquistas consecutivas.
Os exemplos mostram a dificuldade que é se estabelecer. E o Sada Cruzeiro, em sua trajetória, firmou-se em um rápido espaço no panteão dos maiores campeões que o esporte já produziu. Um feito que jamais será apagado. Nós, de Minas Gerais, somos privilegiados por vermos esta história ser escrita bem diante dos nossos olhos.