Certa emissora de TV cunhou a expressão aí do título, e todos os seus jornalistas dela usam e abusam, além de procurarem – os que são chamados de “analistas” ou “comentaristas” – uma tal “estratégia” de cada partido ou autoridade que seja a bola da vez.
Que nada! No Congresso Nacional existe, isto, sim, a rádio-corredor, acessível a qualquer um. Quem lá trabalha (seja como detentor de mandato ou servidor) fica careca de saber que meia dúzia de truques sustenta aquela ilha da fantasia, mercê de seu uso continuado por quem lá fica – se quiser entrar para a turma – e deles abusa, em busca de um lugar ao sol. Se você, então, é duplamente coroado com o posto de assessor de CPI e de ex-parlamentar (que pode adentrar qualquer lugar, mesmo o plenário, mesmo uma reunião de lideranças), fica a par de tudo e sobre todos.
Digo isso porque, nos dias atuais, tenho voltado constantemente à era do mensalão do PT, com a tentativa de Marcos Valério de obter uma delação premiada, ainda que pela via duvidosa de confissões à Polícia Federal, já que o Ministério Público nada mais quis saber do famoso carequinha. Sabe-se lá por qual razão.
O fato é que também trabalhei por dois anos no Senado Federal e ajudei a assessorar a CPI dos Bingos, e muito do quanto Marcos Valério diz agora era voz corrente nos anos de 2005-2006. De forma que lamentei, durante o correr da Ação Penal 470, como ainda deploro, que os eminentes magistrados deste país, os que ocupam as cadeiras nada ergonômicas do Supremo Tribunal Federal, lá não transitem ou não procurem ouvir assessores, pois essa prática, com certeza, permitiria a Suas Excelências poupar seu tempo e o tempo do público. Saberiam mais das maracutaias sobre as quais eles passam por cima, pura e simplesmente, porque as desconhecem. O ministro Dias Toffoli bem que poderia dar uma mãozinha, já que foi, por anos, assessor da liderança do PT...
Quando Roberto Jefferson abriu o bico e usou a expressão “mensalão”, com esse simples gesto, alcunhou prática corrente e impediu que se visse a extensão do problema, levando muita gente a supor que Lula pagasse para obter votos nas duas Casas. Não! Ele fez o mesmo que os demais partidos e, por via do acesso dos pragmáticos, que todo partido tem, tratou de valer-se daquela prática utilizada aqui, em Minas Gerais, antes, durante e depois das campanhas eleitorais. Marcos Valério foi um banco como outro qualquer, aberto a negociar com qualquer correntista de qualquer partido político pela via do que bem aprendeu nos tempos em que andou pelo Banco Central. De publicitário, o rapaz nada tem. Sua escola foi conhecer a fundo práticas do mercado e ter acesso a quem delas se valia para amealhar dinheiro de todo mundo.
De modo que, se eu fosse membro do Ministério Público ou do Poder Judiciário, ou se fosse jornalista, prestaria mais atenção no que anda falando o condenado. Aí se saberia mais sobre a Ação Penal 470.
E chega de bastidores. O crime ocorre a céu aberto.
Aquele límpido e lindo céu da cidade de Brasília...
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