É preciso ter identificação

O que faz um time ser conhecido e criar identificação com um determinado público? Falo de vôlei, mas vou citar exemplos do basquete. O Chicago Bulls sempre será Chicago Bulls. A temporada na NBA tem data e tabela prontas, do início ao fim antes mesmo de o campeonato começar. Além de identificação, temos uma rotina e quando digo rotina significa que os jogos serão todas sextas-feiras, às 21h30, por exemplo. O torcedor já tem em mente que tal dia é dia de basquete, como no Brasil quarta-feira é dia de futebol. Isso cria fidelidade a modalidade, facilita o acesso, fideliza o público. 

Qual é o dia do vôlei na TV? Cada ano um dia, um horário, uma emissora. Canal aberto ou fechado? Tem link para acompanhar pela internet? Como crescer sem planejamento? Como colocar o vôlei no lugar que ele merece? 

Primeiro, os times não podem perder a essência que é o nome que carregam em prol do patrocínio que é volátil. Por aqui estamos acostumados a colocar o nome do patrocinador à frente do nome do time. Durante a transmissão o nome do patrocinador que banca o projeto e o time sequer pode ser citado. Quem vai investir nesse produto? 

Quero comprar ingressos para a temporada regular sem me preocupar com filas. Não existe no Brasil um campeonato capaz de disponibilizar para os torcedores a programação completa antes do início. Não existe um plano para criar receita na venda dos ingressos antecipados, beneficiando espectador e a modalidade. 
 
Pelo menos tenho a certeza que os jogos do time que sou fã ou a modalidade que mais gosto é transmitida religiosamente às 19h30 em um canal aberto, sem cortes durante a transmissão, e que terei um link como plano B. Não, não temos essa certeza. 

Vamos levantar as mãos para o céu e agradecer. Aos trancos e barrancos, o esporte no Brasil acontece. Merecemos mais, podemos mais. Difícil encontrar um país com tantos valores como o Brasil. Não podemos reclamar de investimentos se o sistema está desorganizado e amedronta possíveis patrocinadores. Mãos à obra!