Fomos muito bem acostumados com as nossas equipes de vôlei nas quadras e nas areias, principalmente quando se trata de Jogos Olímpicos. Eu me considero otimista e realista. Nossos times frustraram um pouco as nossas expectativas. Apostei medalhas em todos os naipes e vou me “contentar” com duas, no máximo, na quadra. Acompanhei comentários e os jogos antes e durante as Olimpíadas para tirar minhas próprias conclusões.
Tivemos chance, sim, e não estamos decepcionados por times que não teriam condições de brigar de igual para igual. A tristeza parte do momento em que percebemos que poderíamos ter ido além. Jogos equilibrados perdidos em detalhes, o retrato de um campeonato equilibrado com grandes equipes. Reclamações relacionadas à estrutura oferecida ao atletas brasileiros durante o ciclo que antecede o grande momento são pertinentes. Realmente, o mundo globalizado tem acesso a tudo que Estados Unidos e Brasil tinham quando dominavam a praia em anos anteriores.
Letônia, país pequeno e pouco conhecido, foi arrasador para nossas duplas. O intercâmbio elevou o nível de todos, e cada vez que passa temos mais atletas que incomodam as grandes potências. Alerta ligado para reconstruir durante os próximos quatro anos e reconquistar o nosso espaço no cenário mundial.
Na quadra, o vôlei masculino deu sangue para vencer, mas não bastou. Avançar para a final tem uma vírgula que irá martelar na cabeça desta geração pelo resto da vida. Terceiro set de um jogo duro, empatado em 1 a 1. Vantagem expressiva, 20 a 12 para o Brasil. Perdeu o set e a chance de “matar” os russos. Psicologicamente, foi péssimo, e ali foi o ponto derradeiro para a derrota e a eliminação. Lutar contra a Argentina pela medalha de bronze vale “pouco” para o Brasil e ouro para os hermanos, que surpreenderam positivamente nas mãos de Marcelo Mendez. Na minha opinião, disputa de terceiro lugar não deveria existir. Tem valor, sim, porém é extremamente desmotivante.
Olhares e energias voltadas para o time feminino do Brasil, que, aos trancos e barrancos, se superando literalmente, estará em mais uma final olímpica com Jose Roberto Guimarães. Atleta machucada e recuperada em tempo recorde pelo departamento médico, mérito para o fisioterapeuta. Reserva dando conta do recado. Retorno com uma improvável inversão, Macris com Rosamaria. Incendiaram a Rússia e seguiram com sangue nos olhos contra a Coreia, atropelando, como manda o figurino. Estados Unidos pela frente, eliminou a Sérvia, vem com tudo para o confronto final, que promete fortes emoções.
Relevante a baixa por doping da atleta Tandara, alterando a estrutura da equipe brasileira e mexendo emocionalmente no grupo. Sobrevivemos ao primeiro impacto, “o que não mata, fortalece”. O Brasil está vivo para mais uma final olímpica.