Reconhecimento é algo raríssimo em clubes brasileiros. E raros também são os atletas que ficam por muitos anos no mesmo clube. No caso de Filipe, foram mais de 10 temporadas vestindo a camisa - literalmente. Oportunidade de ouro poder começar em um time com uma das melhores estruturas do mundo e com um currículo que dispensa comentários. Currículo esse que foi batalhado e conquistado também pelo atual comandante.
Não é a primeira vez que esse tipo de situação acontece. Alguns nomes que fazem parte do elenco desde a criação do time permanecem na estrutura e são peças fundamentais para o sucesso. Beto Martelete, auxiliar técnico, e Luis Sales, supervisor, são bons exemplos. Duas pessoas extremamente competentes que não batem ponto, com hora para chegar e sem hora para sair.
A decisão pegou muita gente de surpresa e teve muita especulação nos bastidores sobre o futuro do time após a saída do campeoníssimo Marcelo Mendez. Agora começa o processo de desconstrução do atleta e de construção do treinador Filipe Ferraz. É desafio para ele e para o grupo. O relacionamento com o técnico nunca será o mesmo do que a intimidade com o companheiro de equipe.
Esse distanciamento se faz necessário e será um divisor de águas para que os amigos do futuro técnico que permaneceram na equipe entendam que liberdade terá mais limite a partir de agora.
Filipe se preparou ao longo da carreira para viver esse momento, cursou educação física, cumpriu o protocolo da confederação brasileira e foi aprovado nos cursos de nível 1, 2 e 3 que o credenciam a comandar uma equipe de vôlei profissional. Ponto para o Sada na escolha!