Alguém disse nas redes sociais: “Se eu morrer num ataque homofóbico, por favor, don’t pray for me. Fight. Deixe a reza para os fundamentalista religiosos”.
Sim, as 49 pessoas mortas durante um ataque a uma boate gay em Orlando precisam que nós lutemos em nome delas, assim como as outras vítimas da homofobia – no Brasil se mata um homossexual a cada 27 horas (esse número, como acontece também com assassinatos e estupros de mulheres, é subnotificado, como sabemos).
A luta é árdua e constante e começa, sim, por não achar graça de piadinhas com gays e não termina até que os homossexuais tenham os mesmíssimos direitos que os heterossexuais.
A luta é diária contra os deputados federais Jair Bolsonaro e Marco Feliciano, que incitam o ódio e têm milhões de seguidores pelo Brasil. Mas também com seu vizinho, seu primo, seu namorado, sua mãe e aquela pessoa que você segue nas redes sociais e que adora fazer comentários preconceituosos, travestidos de brincadeiras.
Assim como estamos atentos à cultura do estupro, temos que estar atentos à cultura homofóbica. Ela está aí. Ela existe. Ela mata um homossexual a cada 27 horas, repito. E nós sabemos como ela começa. E precisamos estar atentos e fortes para não permitir que essa cultura homofóbica perdure.
Nós, que não compreendemos como ver dois homens ou duas mulheres se beijando possa causar tanto nojo e nenhum horror diante de corpos dilacerados por facadas ou balas não podemos nos calar.
Nós que acreditamos que qualquer forma de amor vale a pena temos que unir forças contra aqueles que não querem uma educação que respeita a diversidade de orientação sexual e identidade de gênero.
Nós temos que colocar no Congressos políticos que possam mudar leis para criminalizar a homofobia.
Porque nosso objetivo é incluir e o deles é excluir, o nosso é por direitos iguais e o deles é discriminar.
A nossa luta é pelo amor e a deles é pelo ódio.