Recordar é viver. Na semana que passou, eu tive a oportunidade de conversar com Murilo, que estava entre as feras do Atlético dos anos 80. Aos 58 anos, ele mostrou orgulho de ter feito parte de um momento marcante do alvinegro.
Meio-campista de ótima qualidade, boa estatura, Murilo começou no Sete de Setembro, e seu futebol chamou atenção de José Maria Pena, que o convocou para a seleção mineira de juniores. Dali foi um passo para despertar o interesse de dirigentes de Atlético, Cruzeiro e América. Mas o Galo foi na frente e levou Murilo por empréstimo, em 1981, como reforço para a Copa São Paulo de Juniores.
Após o volante se destacar na competição, o clube o adquiriu em definitivo. Para ganhar experiência, Murilo foi emprestado ao Nacional de Manaus, juntamente com Helinho, Biluca, Elton e o treinador Barbatana. Foi campeão amazonense e retornou ao Atlético, sendo emprestado em seguida ao América, onde trabalhou com Jair Bala.
Após dois empréstimos, Murilo ganhou chance no Galo. Por seu estilo de jogo, para muitos, ele seria o sucessor de Toninho Cerezo, que tinha sido negociado com o Roma. “Meu pensamento era jogar futebol”, diz ele orgulhoso do título de campeão mineiro de 85.
Responsabilidade. Era realmente enorme a responsabilidade de substituir um craque do nível de Toninho Cerezo, que havia disputado a Copa do Mundo de 1982. Mas o ex-treinador Jair Bala atesta a qualidade que possuía Murilo. “Foi um excelente jogador, trabalhou comigo no América, Grêmio Maringá, Uberlândia. Penso que a comparação com o Cerezo pode ter prejudicado”, diz Jair Bala. “Foi excelente, de muitas qualidades, muito bom jogador”, reforça o ex-lateral Jorge Valença.
Atualmente, Murilo mora em Belo Horizonte e está sempre revendo os velhos amigos do futebol nos encontros de ex-atletas de Atlético e de América. Ele trabalha como encarregado em uma empresa conservadora de condomínios.