Antenor, 66, iniciou carreira no infantil do Atlético. Promovido ao profissional por Barbatana, ele jogava como lateral-direito, mas tinha a concorrência de Humberto Monteiro e Zé Maria na posição. Ele fez parte do grupo que conquistou o Campeonato Mineiro de 1970 e o Brasileiro de 71, e chegou a ser emprestado ao América. No Coelho, Antenor trabalhou com Yustrich, mas depois retornou para o Atlético.

No Galo, Telê Santana não gostou de vê-lo dirigindo um Fuscão 69 e disse que era melhor Antenor ter comprado um lote. Em 1974, o jogador foi negociado em definitivo com o Nacional de Manaus, já Toninho Cerezo, Paulo Isidoro e Angelo foram por empréstimo. O massagista Hélio dos Santos, do São Paulo, indicou Antenor ao treinador Rubens Minelli, e assim o prata da casa atleticano foi parar no Morumbi por empréstimo. Apesar de ser destro, ele foi escalado para jogar na lateral esquerda.

Telê Santana estava no Grêmio e ficou sabendo que Antenor jogava muito e estava no São Paulo por empréstimo. Logo o treinador mostrou interesse em contar com ele no Olímpico. Dirigentes do tricolor paulista tomaram conhecimento da intenção de Telê e adquiriram Antenor em definitivo.

Decisão de 77. Na época, Antenor não deixava o ponta Serginho pegar na bola, como lembra o são-paulino Dr. Lucas Amorim. E o lateral foi campeão brasileiro de 1977 com a decisão acontecendo no dia 5 de março de 78, no Mineirão, em cima do próprio Atlético. Empate de 0 a 0 durante os 90 Minutos e também na prorrogação. O Galo estava invicto no campeonato. E nos pênaltis deu São Paulo: 3 a 2. Antenor fez um dos gols. “Não foi fácil efetuar a cobrança, a responsabilidade era muito grande já que o Getúlio tinha desperdiçado uma cobrança. A caminhada até a marca do pênalti foi um martírio, mas eu fui e fiz o gol.”

Com a ajuda de Antenor, o São Paulo levantou a taça e deixou o Atlético com o vice do Brasileiro. Os familiares de Antenor eram todos atleticanos. Sua mãe, dona Anália, insatisfeita com o placar do jogo, não caprichou no jantar, e o irmão dele, Rogério, que também foi jogador de futebol, disse que iria faltar cerveja, já que os bares estavam fechados. Depois de duas temporadas no São Paulo, Antenor esteve no Internacional de Limeira e em seguida defendeu o Sport. Jogou ainda pelo Atlético Goianiense e, por último, no Guarani de Divinópolis. Com dores no joelho, ele resolveu encerrar a carreira e trabalhou como treinador no próprio Guarani.

Antenor está sempre falando com os amigos que fez no futebol, por telefone ou nas redes sociais. Ele também marca presença nos encontros de ex-jogadores do Atlético, uma chance de rever amigos como Pedrilho, Getúlio, Zé Maria, Humberto e muitos outros.

Virou "professor"

Atualmente, Antenor trabalha com projeto social na Prefeitura de Sarzedo, com mais de 400 jovens atletas. A satisfação em trabalhar com o esporte é grande, e ele está sempre disposto a ensinar.