Fausto, 63, meio-campista de estilo clássico, mostrava ser eficiente tanto no desarme como na armação das jogadas. Gols não era o seu forte, por causa da posição em que atuava, mas nem por isso deixou de fazer alguns ao longo da curta carreira. Natural de Santa Maria de Itabira, ele jogou futebol amador no São Cristovão e no Rodoviário, quando foi levado por Gabiroba, treinador dos juniores, para o Valério.
Aos 16 anos, foi chamado por Cento e Nove para disputar o Campeonato Mineiro de 1973, formando o meio campo com Nelson Torres. Fausto foi um dos destaques do campeonato daquele ano e despertou interesse de Atlético, América e Cruzeiro. Seu futebol chamou atenção do técnico Telê Santana, que pediu sua contratação.
Primeiro, o jogador foi para o Galo por empréstimo e disputou a Copa São Paulo de juniores sob o comando de Barbatana. Chegou a voltar para Itabira, já que não houve acordo. Porém, depois de muita conversa, acabou indo para o Atlético em definitivo.
Ao todo, ele disputou 58 jogos pelo Galo e marcou cinco gols. Só não jogou mais porque o time contava com Humberto Ramos, Oldair, Angelo. Para Fausto, o gol mais bonito foi na vitória de 2 a 1 sobre o Corinthians, no dia 13 de abril de 1973, pelo Campeonato Brasileiro, no Mineirão.
Despedida
Fausto retornava de férias em janeiro de 1975, e uma junta médica, com a participação dos cardiogistas Nilton Moreira de Freitas e Arnaldo Antônio Elian, chegou à conclusão de que o jogador estava incapacitado para continuar atuando por causa de um problema cardíaco.
Por isso, o meio-campista foi afastado, já que corria risco de sofrer uma parada cardíaca durante grande esforço físico. Assim, aos 19 anos, Fausto foi um dos primeiros casos de jogadores no futebol brasileiro a se aposentarem por causa de problema cardíaco.
Notícia levou Telê Santana às lágrimas
O triste fim da carreira do meio-campista Fausto levou o técnico Telê Santana às lágrimas no Atlético. O presidente Nelson Campos, toda a diretoria atleticana, a comissão técnica e os jogadores viveram momentos de muita consternação quando tomaram conhecimento da notícia de que o jovem não poderia mais entrar em campo.
Mas a decisão dos médicos foi bastante acertada, e hoje Fausto sente saudades daqueles tempos, do carinho do torcedor atleticano e dos companheiros, como Reinaldo, com quem dividia o quarto do Hotel São Domingos, no centro de Belo Horizonte. Ele lembra também com carinho de Getúlio, Grapete, Vantuir, Wanderlei Paiva, Campos, Romeu, Danival, Careca e tantos outros.
Atualmente, Fausto mora em Caeté, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, acompanha futebol pela televisão e corneta com os amigos.