Tributo à genialidade de Niki Lauda

Niki Lauda, uma das maiores referências da Fórmula 1, faleceu no início da semana, deixando um legado fantástico no mundo do automobilismo. Sua capacidade de resiliência e o amor às pistas o fez vencer a maior das provações, um acidente em Nurburgring, na Alemanha, em 1976, quando saiu da pista com a Ferrari que pilotava e se incendiou. Levado ao hospital com queimaduras de terceiro grau na maior parte de seu corpo, Lauda retornou às pistas após seis semanas, terminando em quarto lugar no campeonato daquele ano. No seu currículo, três títulos mundiais, dois pela Ferrari e um pela McLaren.

Uma história contada no filme “Rush: No limite da emoção”, de 2013, dirigido por Ron Howard. O roteiro de Peter Morgan apresenta a épica e antagônica disputa entre Niki Lauda (Daniel Bruhl) e James Hunt (Chris Hemsworth, conhecido pelo personagem Thor nos consagrados filmes do Universo Marvel), uma rivalidade que impactou a Fórmula 1 nos anos 1970. A divisão de tela entre os dois principais pontos de ação da trama escancara as diferenças entre os pilotos. Enquanto Lauda, desde pequeno, mostrava-se um obstinado amante do mundo da velocidade, desafiando até mesmo o desejo de sua família, Hunt era a alma boêmia, o britânico de estilo fanfarrão que encanta pela liberdade que procura.

A disputa pelo título de 1976, um dos mais memoráveis da história da Fórmula 1, não é retratada em sua totalidade, algo impossível para um filme de duas horas. No entanto, é perceptível o conhecimento de cada personagem por meio das cenas nos cockpits. Detalhes que trazem o encantamento imediato pela obra de Ron Howard, que ainda conta com a trilha sonora de Hans Zimmer.

Um outro ponto alto do filme é a construção da relação de Lauda com Marlene (Alexandra Maria Lara), sua esposa. Uma mulher de bastante força, brio e coragem, responsável de forma direta, assim como o desempenho de Hunt, seu icônico rival, pela recuperação assustadora do piloto da Ferrari após o acidente em Nurburgring. O retorno de Lauda nas curvas de Monza é um feito memorável.

O ator Daniel Bruhl realmente encarnou o papel de Lauda, com a utilização de dentes postiços e variando o sotaque alemão e o inglês carregado, que caracterizou a vida do piloto. “Rush” é uma das grandes produções do cinema para os fãs do mundo da velocidade.

O filme recebeu 23 indicações em nove premiações diferentes. A obra é um verdadeiro tributo à alma colérica e centrada de Niki Lauda, um dos maiores pilotos da história da Fórmula 1.