A chegada da vacina é um alívio, mas nem todos serão vacinados. Neste primeiro momento, apenas os grupos prioritários serão atendidos. Daí a importância das medidas de prevenção e dos protocolos sanitários, que deverão ser mantidos. Segundo autoridades em doenças infecciosas, o processo de segurança será gradual, e os resultados virão ao longo do tempo necessário para a vacinação das pessoas. A Covid-19 não vai embora num estalar de dedos.

Embora seja imprescindível, a vacina sozinha não vai curar a população. O fim da pandemia requer porcentagem alta de pessoas vacinadas e rotina de assepsia. O ambiente de convivência dos moradores da cidade precisa inspirar confiança. As doenças, quaisquer que sejam, somente serão erradicadas quando o combate visar a os erros nao apenas na área da saúde, mas também nas áreas política, econômica e social.

No caso de Belo Horizonte, os cidadãos não podem ficar reféns de inundações e enchentes, que aumentam as chances de contágio de doenças. Também não devem estar sujeitos a transitar por ruas repletas de lixo, mato e toda sorte de sujeira e poluição. A varrição, a capina e a limpeza das ruas precisam ser constantes, por parte da prefeitura e com a colaboração das comunidades. A educação de todos contribui imensamente para uma cidade limpa, respirável e cidadã.

Os belo-horizontinos têm outras preocupações além da pandemia. A cidade está suja, feia, descuidada e mal-iluminada. O ato autoritário de fechar o comércio e inviabilizar os negócios provoca falências, desempregos e perda de faturamento para o município. Em razão disso e de outros atos falhos, a administração da cidade deixa muitíssimo a desejar, principalmente diante das ineptas medidas adotadas, misturando má gestão com tratamento diferenciado, desarrazoado, desproporcional e desprovido de nexo causal.

Na capital, o poder subiu à cabeça de algumas pessoas, cujos horizontes se resumem a falar muito e realizar pouco. Aliás, a falácia contagiou a Câmara Municipal, que, salvo raras exceções, está de cócoras, com o queixo fincado nos joelhos, e apenas assentindo com a cabeça para as tiranias unilaterais, ordenadas de cima para baixo. Estão todos trôpegos e perdidos diante da incompetência que os rodeia.

Da mesma forma que uma vacina precisa ser eficaz e os cidadãos devam ser vacinados, a Câmara Municipal precisa ser eficiente e merecer a confiança da sociedade, notadamente ajudando a prefeitura na gestão da cidade e defendendo os interesses da coletividade, mas, jamais, sendo subserviente e bajuladora. Já está ficando feio e inaceitável o Legislativo sob o jugo do Executivo municipal.

A submissão da Câmara Municipal à prefeitura é fato público e notório, extremamente negativo, que configura quebra da harmonia e independência entre os poderes.

Enfim, a população precisa da vacina, e BH, de gestão. Ambos os remédios devem ser eficazes. Cumpram-se, portanto, os artigos 196 e 31 da Constituição.