Se tudo der certo, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados vota, nesta terça-feira, o parecer do relator Marcelo Freitas para a proposta de reforma da Previdência Social. Até lá, Rogério Marinho, secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, continuará tentando afinar um consenso com os parlamentares.
Não há dúvidas com relação à necessidade da reforma, mas elas são muitas no que se refere a pontos da proposta, incluídos pelo governo, talvez, para serem negociados. Superados esses óbices, considerados “jabutis”, a proposta poderia ser aprovada, sendo encaminhada à Comissão Especial, que é onde a discussão de conteúdo realmente se dará.
A cada dia que passa, mais se acrescentam argumentos a favor da reforma da Previdência. Um terço dos empresários admite que vai demitir funcionários ou abortar planos de investimento em 2019 caso a reforma não seja aprovada. A previsão apareceu num levantamento que ouviu 210 empresários e executivos que comandam grandes empresas.
Para 65% deles, a reforma da Previdência é a iniciativa mais importante do governo. Na hipótese dela ser aprovada, 51% dos entrevistados disseram acreditar que suas empresas vão investir mais. Nada menos que 80% afirmaram que a economia vai melhorar – o que é a crença também do ministro Paulo Guedes, que promete uma revolução no setor.
Tudo vai depender da reforma. Se ela for fraca, resolve apenas o problema do atual governo, disse Guedes, na semana passada, numa entrevista a jornalistas de economia. Se profunda, pode vir a capitalização. O fato é que o sistema atual quebrou e não poderá ser mantido por mais tempo em virtude das mudanças pelas quais está passando o mercado de trabalho.
Pede-se urgência e patriotismo aos parlamentares. O país não pode perder mais esta oportunidade. O atual governo está fazendo o que outros governos, em melhores condições, não fizeram.