Recorrentemente, aparecem previsões sobre uma decadência iminente dos Estados Unidos. Em 2008, foi por conta do crash de Wall Street. Curiosamente, quando o país foi rebaixado pelas agências de rating, os investidores correram para comprar bônus do Tesouro norte-americano. Agora, com a enxurrada de críticas ao presidente Donald Trump, mais uma vez surgem previsões sobre uma inevitável decadência. Não é bem assim. Os EUA têm, e não sou eu quem diz isso pela primeira vez, oito pilares segurando sua liderança mundial. Um diplomata amigo me lembrou cinco desses pilares. Acrescentei mais três.
O primeiro é o fato incontestável de que eles são os banqueiros do mundo. Se o mundo fosse o jogo Banco Imobiliário, o banqueiro seriam os EUA. Que imprime dinheiro, quando e quanto quiser, e o mundo inteiro o aceita como válido. Contamos nos dedos das mãos o número de moedas com o mesmo privilégio.
O segundo pilar decorre do primeiro. Wall Street funciona como um aspirador de recursos de investidores e dispersor de dinheiro para os empreendedores e os empreendimentos. O acesso ao mercado de capitais é chave crucial para o sucesso norte-americano. No Brasil, crédito bancário quase sempre significa a morte de quem o toma. Democratizando o mercado de capitais, Wall Street termina sendo uma turbina propulsora de riqueza.
O terceiro pilar norte-americano está no Pentágono – ou o que ele representa. A estratégia da Defesa norte-americana produz, em geral, o que há de mais avançado na área. E, se não produz, vai buscar entre seus aliados. A internet saiu da estratégia da Defesa norte-americana, entre outras tantas coisas que predominam nos dias de hoje.
O quarto pilar reside em Hollywood. A poderosa narrativa cultural que emana de lá serve como instrumento de “soft power”, que, nos dias de hoje, vale tanto ou mais do que o “hard power” militar. Por meio das narrativas culturais, a América se tornou, para o bem e para o mal, o farol dos costumes que são copiados ou reinterpretados mundo afora. Hollywood não é apenas uma instituição, mas a expressão de uma máquina cultural que influencia o mundo todo.
O quinto pilar fica no Vale do Silício, com sua capacidade de produzir inovação. Quase tudo que impactou recentemente o mundo no campo da tecnologia passou pela capacidade norte-americana de produzir e reinventar tecnologia, hoje simbolizada no vale. Desnecessário lembrar nossa dependência do que é criado por lá.
Tal capacidade está intimamente ligada ao sexto pilar: as universidades. Das dez melhores do mundo, cinco são norte-americanas. Centenas de milhares de estrangeiros estudam em suas salas de aula.
O sétimo pilar é a liberdade e o apoio ao empreendedorismo refletido na regulamentação do país. Por exemplo, a legislação trabalhista norte-americana é infinitamente mais simples do que a nossa e gera muito mais renda e mais emprego para o trabalhador. Basta ver a taxa de desemprego nos EUA em comparação com a nossa.
Por fim, o oitavo pilar é a qualidade do governo. Mesmo padecendo dos males tradicionais de governos fortes e burocratizados, a máquina pública norte-americana funciona bem melhor do que a nossa. Em especial, porque a eficiência ou a ineficiência se relacionam com o município e a comunidade. Tal fato decorre de uma sociedade mais participativa e interessada nos rumos do país do que a nossa.
Assim, ficamos nós a pensar: quando atingiremos nossa potencialidade? Analisando os pilares do sonho americano, seguramente ainda falta muito tempo.
Os oito pilares do sonho americano como parâmetro de potencialidade
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