A vida moderna exige de nós uma dose de implicância, e eu sei que sou implicante... A implicância tem uma causa determinante, quem sabe as contradições da vida, comuns a todos nós, quem sabe as injustiças. Um motivo que não é comum a todos nós, mas que me afeta profundamente, é aquilo que entendo ser a má-fé das autoridades constituídas. Argumentavam os líderes da situação (e que situação!) que o senador Anastasia, das melhores revelações da vida pública nacional, não poderia ser o relator do processo de impeachment de Dilma no Senado porque sua posição política naquela Casa era conhecida. Mas existe ali alguém que não tenha sua posição política conhecida? Esse tipo de burrice e má-fé me aperreia.
Quem cassa presidente da República? Presidente exerce mandato, mandato é dado pelo povo, então quem cassa é o Congresso Nacional. Quem cassa deputado e senador? A mesma coisa, pois são titulares de mandatos dados pelo povo. A competência é das Casas Legislativas a que pertencem. E quem cassa membros do Poder Judiciário? Os membros do Judiciário exercem cargos e não mandatos. Nesse caso, é instaurado um processo administrativo “rigorosíssimo”, que resulta na aposentadoria compulsória ou na canonização do acusado. Quanto aos ministros das cortes superiores, é o STF que decide.
O leitor acredita nisso? Sim, continuo acreditando em Deus... E o Cunha, você cassaria? Se eu fosse deputado, provavelmente sim, mas teria que conhecer direito o processo. Todavia, tal situação jamais ocorreria: eu ser deputado com a existência do PT, que, mais que um partido, é uma seita marxista composta por alguns alfabetizados e ex-padres despeitados e insatisfeitos com a sociedade moderna.
O Supremo Tribunal Federal, que quanto mais serviço recebe menos trabalha, está discutindo um caso da maior relevância: o consumo de pipoca – eu disse “pipoca” – durante a exibição de filmes nos cinemas. Mas depois da chegada de alguns ministros à Suprema Corte, é natural que alguns costumes tenham mudado, costumes e manias, quanto mais importante a autoridade mais manias aparecem.
É o caso do ministro Roberto Barroso, que passou a ser um tipo de conselheiro sentimental, sempre pronto a oferecer um conselho antes de prolatar seus votos. Geralmente abre prazo, na esperança de um acordo entre as partes. Agora mesmo decidiu adiar por 60 dias, o julgamento que definirá como será feito o cálculo da dívida dos Estados com a União, se vencerá a tese dos juros simples ou a dos juros compostos.
Sabem o que está em jogo no caso dos juros? Bilhões e bilhões de reais... Imagine os Estados terem suas dívidas para com a União corrigidos pelo sistema de juros simples e a União com seus compromissos internacionais e despesas atualizados com juros compostos. Se bem que os países comunistas das Américas aos quais o exLuiz concedeu empréstimos, sem juros, só precisam esperar o dia dos vencimentos para serem quitados.
Sim, ia me esquecendo, quem celebra missa é padre...
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