Da última vez em que esteve no Brasil, em 2016, um dos shows do guitarrista norte-americano John Pizzarelli caiu no aniversário do músico João Gilberto. Mesmo já tendo tido contato com a música brasileira por conta de seu pai, o também guitarrista Buck Pizzarelli, foi após ouvir “Amoroso” do ícone da Bossa Nova, aos 20 anos, que o músico mergulhou nesse universo.
Essa coincidência e o desejo anterior de fazer um disco que celebrasse o gênero brasileiro o fizeram, no fim das contas, homenagear dois outros ícones. Pizzarelli presta tributo a Tom Jobim (1927- 1994), Frank Sinatra (1915-1998) e ao trabalho que fizeram juntos (“Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim”, de 1967), com o álbum “Sinatra & Jobim @ 50”, que ele apresenta em Belo Horizonte neste domingo (11).
“Sinatra sempre esteve ao meu redor musicalmente, quando eu era criança. Assim como Jobim, de certa forma. Meu pai tinha seus discos em casa e tinha muito apreço por eles. É só ouvir os meus álbuns para perceber como ambos são uma influência tremenda para mim”, explica o guitarrista, cuja trajetória inclui o disco “Bossa Nova”, de 2004.
Para produzir o novo trabalho, recorreu aos músicos Duduka Fonseca (baterista, que tocou com Tom Jobim) e Hélio Alves (piano) – ambos experientes no âmbito do jazz e versados na linguagem refinada do cancioneiro do Maestro Soberano – e também a Daniel Jobim, neto de Tom, que gravou com Pizzarelli no álbum de 2004. Os quatro já haviam tocado juntos durante uma das séries de apresentações do guitarrista no Café Carlyle, em Nova York.
Assim como o disco original, a gravação de “Sinatra & Jobim @ 50” levou apenas três dias. Pizzarelli e os dois músicos fizeram sua parte em dois dias e Daniel Jobim entrou no terceiro, no estúdio que era de seu avô. “Se você vai fazer um CD de Bossa Nova, esses três nunca vão te deixar na mão. A musicalidade deles é o porquê da necessidade de tão pouco tempo para fazer um disco maravilhoso”, elogia.
Acréscimos
Além das canções do original, foram incluídas “Two Kites” de Jobim, com participação de Buck Pizzarelli, e “Antonio’s Song”, sucesso de Michael Frank dedicado a Jobim, com trechos de “Garota de Ipanema”. “Essas duas são favoritas nossas que precisavam ser incluídas”, comenta.
Duas inéditas também foram acrescentadas. “She’s So Sensitive” e “Canto Casual” foram feitas por Pizarelli em parceria com sua esposa, Jessica Molaskey. “Elas não se relacionam com o disco de 1967, mas foram incluídas para celebrarmos Jobim e agradecê-lo por suas composições”, afirma.
A ideia, no fim das contas, era ir além da homenagem à obra “Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim” em si, mas também celebrar o Maestro Soberano. “Eu queria não só homenagear essas duas grandes referências, mas também a influência de Jobim em mim e nos compositores que o sucederam”, ressalta.
John Pizzarelli
Sesc Palladium (r. Rio de Janeiro. 1.046, centro, 3270-8100). Neste domingo (11), às 19h. R$ 140 (plateia 1, inteira), R$ 120 (plateia 2, inteira), R$ 100 (plateia 3, inteira)
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