Durante a Assembleia Constituinte de 1933, convocada por Getúlio Vargas, integrantes da Comissão Central Brasileira de Eugenia apresentaram uma série de propostas aos parlamentares.
A intenção dos eugenistas era instituir práticas como “menos impostos para famílias bem dotadas” e “seleção de pessoas de boa linhagem e com superioridade intelectual para cargos públicos e cursos acadêmicos”.
No fim das contas, a Constituição de 1934 mencionava apenas o estímulo à educação eugênica, mas tanto nela quanto em ocasiões anteriores os eugenistas conseguiram influenciar as políticas de imigração brasileiras, dificultando a vinda de estrangeiros que não fossem brancos.
A eugenia também foi difundida no Brasil por meio de concursos que premiavam crianças consideradas eugênicas, ou seja, com boas características físicas e mentais e vindas de famílias sem traços de degeneração – tudo isso, é claro, segundo o viés da eugenia.
Neste episódio, colaborações de Weber Lopes Góes, historiador e autor do livro “Racismo e Eugenia no Pensamento Conservador Brasileiro. A Proposta de Povo em Renato Kehl” (Liber Ars); Vanderlei Sebastião de Souza, professor da Universidade do Centro-Oeste do Paraná; Rita Couto, doutora em história social pela Universidade de São Paulo; Pedro Muñoz, professor de história da PUC-Rio; e André Mota, professor do departamento de medicina preventiva e coordenador do Museu Histórico da Faculdade de Medicina da USP.
O podcast Pelo Avesso é uma série que conta a história da eugenia e seus efeitos no Brasil. Se você ainda não ouviu os três primeiros episódios, ouça o primeiro aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui (de preferência, antes de ouvir este).
Pelo Avesso é uma produção em parceria com O TEMPO e tem apoio do Instituto Serrapilheira, que financia a pesquisa e divulgação científica no país. Serão sete episódios, publicados quinzenalmente, sempre às quartas-feiras.
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*Especial para O TEMPO.