João Gilberto nos deixou no último sábado, aos 88 anos, depois de revolucionar a música brasileira e elevá-la a um patamar mundial. A história do baiano começou em Juazeiro, no interior da Bahia, se consolidou no Rio de Janeiro e conquistou o planeta nos palcos mais consagrados da América do Norte e da Europa.
No entanto, no meio dessa trajetória, há uma passagem por Minas Gerais que pode ter sido crucial para que João consolidasse a sua maneira única de cantar e tocar. Foi mais precisamente em Diamantina, após um período de depressão no Rio de Janeiro, onde ele se retirou, no meio da década de cinquenta, para ficar com sua irmã.
E foi trancado no banheiro dessa casa, dizem os boatos, que a obsessão de João pela batida perfeita foi levada às últimas consequências. Mas engana-se quem acredita que ele se fechou por lá, evitando qualquer contato social. Namoradas, amigos e até serestas fizeram parte do cotidiano do pai da bossa nova em terras mineiras.
No episódio dessa semana do Tempo Hábil, procuramos relembrar essas histórias e, a partir das desventuras do músico em Minas, traçar um perfil da lenda da bossa nova. Para isso, conversamos com o jornalista Raphael Vidigal, que publicou uma matéria no Magazine, no ano passado, sobre o assunto, e com o escritor Wander Conceição – que prepara o livro “A Renovação no Ritmo”, sobre a contribuição de Diamantina para a cultura brasileira no século passado, incluindo, claro, a estadia de João Gilberto na cidade.
Por fim, a Jessica Almeida foi visitar o amigo de João e uma das mais importantes figuras da música mineira do século 20 – o compositor Pacífico Mascarenhas. Ele lembrou da convivência com o pai da bossa nova e das passagens de João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira também por Belo Horizonte. Ouça!