O dia de ontem trouxe muitas notícias preocupantes para o governo do presidente Jair Bolsonaro, e o indicativo é de que as dores de cabeça para o chefe do Executivo nacional devem continuar. Das ruas veio um grito mais forte do que o esperado. Havia, entre os milhares de estudantes e professores que protestavam, gente que não estava comumente participando de movimentos próprios da esquerda, ainda que muitas bandeiras vermelhas pudessem ser vistas em todos os atos.
Para piorar, a União Nacional dos Estudantes já marcou as próximas manifestações para o dia 30, dando indício de que a pressão nas ruas deve continuar.
Enquanto isso, o ministro da Educação apanhou bastante na Câmara, embora tenha conseguido até encaixar frases contundentes contra os opositores, lembrando principalmente do fracasso dos governos petistas em resolver os históricos problemas da educação brasileira. Ficou claro que, tirando o PSL e o Novo, o restante da Casa está de mal do governo.
Em outra esfera, as investigações contra o senador Flávio produziram péssimas notícias para a família Bolsonaro. A principal delas foi a revelação de que, entre 2010 e 2017, o filho mais velho do presidente compro 19 imóveis por mais de R$ 9 milhões. Segundo o Ministério Público do Rio, indícios dão conta de que um esquema criminoso estaria em curso desde 2007.
As novas revelações, que constam do pedido de quebra de sigilo de quase 100 pessoas e empresas ligadas a Flávio Bolsonaro, tendem a dar combustível para que o assunto, esquecido nas últimas semanas, volte ao noticiário justamente no momento em que o governo está mais fragilizado.
Bolsonaro tinha razão: havia um tsunami em seu caminho nessa semana. Resta saber se Carlos, que disse que isso poderia até derrubar o capitão, também é bom de previsões.
Ouça o comentário do editor de política de O Tempo, Ricardo Corrêa: