Não há uma conversa em Brasília em que não se discuta o clima tenso que paira sobre a capital. No Congresso, deputados e senadores temem que o sucesso dos protestos do próximo domingo (26), convocados por interlocutores próximos do núcleo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), acirre e dificulte ainda mais as tentativas de diálogo com o Planalto. “A apreensão é muito grande, estamos tocando a agenda como dá, mas, na verdade, há uma grande espera para ver os próximos passos do governo. Se vai haver diálogo com os parlamentares ou se o clima bélico vai continuar ou aumentar”, conta um membro da bancada mineira.
Entre as principais preocupações na Casa, além dos protestos, duas se destacam: o avanço das investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro acerca do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e a relação do Planalto com as Forças Armadas, que já viveu dias melhores. Na caserna, comenta-se sobre uma suposta divisão entre grupos mais próximos do chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, auxiliar direto de Bolsonaro, e de outros mais alinhados com o vice-presidente, Hamilton Mourão.