Parte do centrão e até membros da base defendem, agora, que o Congresso toque sozinho uma reforma da Previdência alternativa ao texto proposto pelo governo. É uma saída para fazer mudanças no sistema previdenciário? Não seria razoável que o governo esperasse uma aprovação imediata e unânime de um projeto tão complexo como a reforma da Previdência. O texto original enviado pelo governo ao Congresso impunha uma série de injustiças e anomalias que, se aprovadas, aprofundariam o nosso já histórico e perverso quadro de desigualdades sociais no Brasil. O que defendemos é que a Previdência seja reformada a partir, principalmente, do fim dos privilégios dos mais ricos, através de iniciativas como a taxação das grandes fortunas, e não de uma penalização ainda mais cruel dos mais pobres.
A estimativa de crescimento do PIB vem caindo ao longo das últimas semanas. Do seu ponto de vista, de oposição, qual a melhor alternativa para interromper isso? O presidente Jair Bolsonaro foi eleito sem apresentar um projeto para o crescimento econômico do Brasil, e isso vai ficando mais evidente a cada dia. O país não vai voltar a crescer e gerar empregos apenas com frases de efeito e voluntarismos desprovidos de experiência e planejamento. O governo precisa sair dos embates vazios das redes sociais e começar a enfrentar os desafios reais do Brasil. Insistir de forma rasteira e populista na tecla de que a única saída é aprovar a reforma da Previdência não basta.
E quanto ao governo Zema, em Minas? Como tem avaliado? Foi um erro o PSB apoiá-lo no segundo turno? É precipitado fazer essa afirmação. Nesse momento, nosso Estado não precisa insistir em embates partidários e eleitoreiros sobre quem são os responsáveis por essa situação desastrosa em que nos encontramos. Evidentemente, nos causa preocupação acompanhar o governo do Estado reduzindo e até mesmo cortando investimentos em políticas sociais e projetos destinados aos trabalhadores rurais.