A Polícia Civil de São Paulo afirmou que o atentado a tiros contra José Aprígio da Silva (Podemos), então candidato à reeleição para a prefeitura de Taboão da Serra (SP), ocorrido em 18 de outubro de 2024, em meio à campanha, foi forjado. Segundo as autoridades, a falsa tentativa de homicídio foi forjada para que Aprígio conseguisse destaque e, consequentemente, a reeleição.
A Polícia Civil e o Ministério Público fazem operação na manhã desta segunda-feira (17 de fevereiro) para cumprir mandados judiciais contra suspeitos de envolvimento no caso. A operação prendeu temporariamente duas pessoas, incluindo o irmão de Aprígio. Outros dez mandados de busca e apreensão são cumpridos nesta manhã. A reportagem não localizou a defesa de Aprígio até a publicação deste texto. A defesa do irmão do ex-prefeito também não foi localizada na manhã desta segunda.
A Folha de S.Paulo apurou que até o momento já foram apreendidos R$ 320 mil, três espingardas, dois revólveres, grande quantidade de munições, uma pistola, vários celulares, computadores e pen-drives. Segundo a prefeitura do município da Grande São Paulo, o então prefeito havia visitado bairros atingidos por chuvas e foi atingido por um disparo no ombro, dentro do carro oficial blindado, enquanto voltava para a prefeitura. Ele foi socorrido ensanguentado e levado ao Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Aprígio disputava o segundo turno em Taboão da Serra contra o candidato Engenheiro Daniel (União Brasil), que terminou a primeira rodada da eleição municipal com 48,98% dos votos válidos. Aprígio obteve 25,93% dos votos. No segundo turno, Engenheiro Daniel foi eleito com 66,27% dos votos.
Na eleição de 2020, os dois também foram ao segundo turno juntos. Na ocasião, Aprígio venceu de virada e com uma margem apertada: apenas 1.700 votos a mais que o adversário, em um universo de 153 mil eleitores.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do estado de São Paulo, o carro onde estava o prefeito, um Jeep Renegade, transitava pela rodovia Régis Bittencourt, no sentido Curitiba, quando um veículo Kwid na cor vermelha emparelhou e efetuou diversos disparos. Além do motorista, também estavam no veículo um videomaker e outro funcionário da prefeitura, mas eles não foram atingidos.
A polícia encontrou um carro carbonizado na região do Rodoanel que teria sido utilizado no falso ataque a Aprígio, segundo a polícia. Depois do ataque, Aprígio foi direcionado inicialmente à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Akira Tada, ainda em Taboão, e depois transferido ao Albert Einstein. Aprígio recebeu a solidariedade do adversário e também do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), no dia do atentado.
Ele ficou internado até o dia 26 de outubro. No dia seguinte, chorou ao votar no segundo turno. Aprígio é empresário e nasceu no interior de Alagoas, na cidade de Minador do Negrão. Casado há 46 anos, é pai de quatro filhas e tem cinco netos.