União Brasil e Partido Progressistas (PP) oficializaram, nesta terça-feira (29), a criação da federação União Progressista (UP). A decisão tem impactos no cenário político de Minas Gerais. Com a nova federação, a UP ultrapassa o PSD - que elegeu o maior número de prefeitos no estado nas eleições municipais do ano passado - e passaria a liderar em número de prefeituras. A mudança também impacta a composição das bancadas municipais, estaduais e federais mineiras.  

Segundo levantamento de O TEMPO com dados do TSE, a federação passaria a abrigar 166 chefes do Poder Executivo municipal no estado, o que daria a primeira posição entre as siglas ou federações com mais prefeitos em Minas Gerais. A UP ultrapassaria o PSD - que conquistou 142 prefeituras no ano passado, mas tem 141 atualmente, com a morte do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), no fim de março. Sem Fuad, a capital mineira passou a ser comandada pelo vice-prefeito, Álvaro Damião, do União

Em relação a vereadores, o União elegeu 678 no estado, enquanto o PP, 708, totalizando 1.386 vereadores. Com isso, a federação passa a controlar cerca de 16% das 8.526 cadeiras em 853 municípios. Na capital mineira, o União conta com uma vereadora e o PP com dois vereadores, somando três representantes da federação, em um total de 41 vereadores. 

Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a federação contará com nove dos 77 deputados, sendo três do União e seis do PP. A federação PT-PCdoB-PV continuaria sendo a maior da Casa, com 17 parlamentares (11 do PT, cinco do PV e um do PCdoB). A UP ficaria atrás também das bancadas do PSD, que tem 10 deputados estaduais, e do PL, que tem 11. Na Câmara dos Deputados, a UP terá seis deputados mineiros no total, sendo três de cada sigla, atrás apenas do PT (10) e do PL (10), e à frente do PSD (5). 

No Senado, as siglas não têm nenhum parlamentar mineiro atualmente. Nas eleições do ano que vem, as legendas já lançam seus candidatos de forma federada para os cargos de deputado estadual, federal e senador. Filiado ao PP, o secretário de Governo de Minas Gerais, Marcelo Aro, deseja disputar uma vaga no Senado, segundo informações de bastidores. A possibilidade segue no horizonte com a formação da federação. Nenhum nome do União tinha sido ventilado até agora. Também é discutida uma aliança entre PP, União e PL para a disputa das duas vagas que estarão em aberto no ano que vem.

Com a junção do União com o PP, fica em aberto também quem assumirá o comando da sigla em Minas. A reportagem procurou o presidente estadual do PP, deputado federal Pinheirinho, e o líder do União Brasil no estado, deputado federal delegado Marcelo Freitas, mas não recebeu um retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue em aberto.

Impacto nacional 

Nacionalmente, a composição dará à UP o título de maior bancada da Câmara, com 109 parlamentares. Atualmente, a liderança é do PL, que conta com 92 deputados. No Senado, a nova aliança colocará a federação em pé de igualdade com PL e PSD, cada um com 12 senadores. Além disso, os dois partidos, agora juntos, têm o maior número de prefeituras no Brasil, com 1.336 prefeitos, e seis governadores. 

Prevista na legislação eleitoral, a federação permite que dois ou mais partidos atuem como uma única legenda por, no mínimo, quatro anos. Diferente das coligações, que valem apenas durante as eleições, ela exige atuação conjunta também no exercício dos mandatos. As siglas devem adotar um estatuto, compartilhar decisões e agir de forma unificada nas votações e no uso dos recursos.