Apesar das feridas ainda abertas pelas disputas internas pelo comando do Partido dos Trabalhadores (PT) em Minas Gerais, o deputado federal Rogério Correia (PT) avalia que a legenda chegará com força às eleições de 2026. Segundo ele, caberá exclusivamente ao partido decidir se participará de uma chapa majoritária no próximo pleito. A fala vem após o senador Rodrigo Pacheco (PSD), favorito do presidente Lula (PT) para o governo do estado, indicar a possibilidade de montar uma chapa sem a presença do PT nas principais vagas.

Durante a entrevista, exibida nesta sexta-feira (18/7) no Canal de O TEMPO no Youtube, Rogério Correia destacou que os resultados eleitorais mostram a relevância da legenda.

“O próprio Pacheco diz que é uma honra ter o apoio do PT. Ele sabe da importância do partido”, afirmou Rogério. “Se pegar a votação do Kalil em 2022, principalmente no interior, muito se deve ao PT. O partido tem força e, junto com Pacheco, pode impulsionar uma campanha vitoriosa, inclusive para garantir a vitória de Lula em Minas. E quem ganha em Minas, ganha no Brasil”, completou.

Correia destaca que o principal critério do partido em 2026 será escolher a posição que mais contribua para o desempenho de Lula no estado. Ele citou nomes que vêm sendo cogitados internamente para compor uma eventual aliança eleitoral com Pacheco, como as prefeitas de Contagem e Juiz de Fora - Marília Campos e Margarida Salomão, respectivamente -, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, a deputada estadual Beatriz Cerqueira e o deputado federal Reginaldo Lopes — embora, neste último caso, ele reconheça que a ainda é necessário superar divergências das disputas internas do partido.

“Com a derrota do grupo do Reginaldo no PT estadual, ele perde força nessa discussão sobre o Senado. Mas isso não significa que não será ele o candidato. Não sei, inclusive, qual o desejo dele neste momento”, ponderou.

O deputado disse que os conflitos internos e disputas são parte da dinâmica do PT, mas criticou a judicialização do processo eleitoral interno por parte da deputada Dandara Tonantzin, do grupo de Reginaldo, que buscou a justiça para tentar reverter a decisão do partido que impediu sua candidatura à presidência da legenda em Minas Gerais.

“Eu fui contra, por exemplo, aquele acordo que foi feito com Aécio Neves. Ficou conhecido como Pimentécio - Fernando Pimentel com Aécio. Foi algo tão estranho ao PT e foi aprovado, se eu não me engano, um voto na direção estadual. Eu não recorri contra isso, embora fosse um deputado com muito voto em Belo Horizonte. Era a decisão do partido. Quando o partido erra, ele erra. Mas a gente respeita”, diz.

Correia acrescentou que o PT ainda precisa discutir os desdobramentos da ação judicial e alertou que, caso a intervenção não fosse barrada na Justiça, o partido nacional poderia aplicar o regimento interno — o que inclui punições como a expulsão dos envolvidos.

“Recorrer à justiça é muito ruim. Vamos precisar discutir como lidar com isso, porque havia uma deliberação do PT nacional de que, se houvesse judicialização, o estatuto do partido poderia ser aplicado com rigor”, concluiu.