Em vias de ter o registro de um partido, o Movimento Brasil Livre (MBL) quer lançar uma chapa completa em Minas Gerais para as eleições de 2026. Os planos são parte da tentativa do MBL em se tornar conhecido no Estado, onde realizou um congresso estadual neste sábado (19/7), em Belo Horizonte, como é em São Paulo, onde nasceu. 

Fundador da Missão, nome que o partido terá, Renan Santos reconhece que, até as eleições municipais de 2024, o MBL não havia conseguido criar lideranças em Minas Gerais. “Nós temos seguidores, nós temos ‘fan base’, nós temos núcleos espalhados, mas a gente nunca conseguiu despontar com lideranças”, disse Renan. 

Apenas dois vereadores membros do MBL foram eleitos em 2024: Luana Silva (Podemos) na Chapada Gaúcha, Norte de Minas, e Israel Russo (União Brasil) em Pouso Alegre, Sul de Minas. De acordo com Renan, outros eleitos já manifestaram a intenção de se filiar à Missão. “Se a maior parte dos vereadores for realmente aprovada, vai ser o Estado com o maior número de vereadores do MBL”, emendou.

Das 571 mil assinaturas coletadas pelo MBL para formalizar o pedido de registro do partido, pouco mais de 39 mil é de Minas Gerais, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Estado foi o quarto a dar o maior número de assinaturas para a criação da Missão, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. 

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que participou de um dos painéis do congresso, fez um apelo para que Minas Gerais eleja ao menos um deputado federal da Missão em 2026. “Com uma bancada com cinco, a gente faz um estrago, independentemente de quem seja o presidente da República. Um tem que ser mineiro. Um em cinco tem que ser mineiro”, afirmou Kataguiri.

O deputado federal citou que o MBL conseguiu eleger um vereador em Salvador (BA), Sandro Filho (PP), cidade que está no “Estado mais petista do Brasil”. “Minas Gerais não é o Estado mais petista do Brasil”, apontou ele, em um painel que ainda tinha a vereadora de São Paulo Amanda Vettorazzo (União Brasil) e o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil-SP).

Apesar de a cláusula de barreira exigir a eleição de, no mínimo, 13 deputados federais em 2026 ou 2,5% do total de votos válidos em candidatos à Câmara dos Deputados, o objetivo da Missão no Estado não é eleger deputados, mas se “firmar”. “O nosso objetivo em 2026 é ter candidato a governador, a deputado estadual, a deputado federal e ao Senado”, apontou Renan.

O futuro presidente nacional da Missão ainda criticou o senador Cleitinho (Republicanos), a quem se referiu como “piada ambulante”. “Um dos motivos de a gente lançar candidato a governador é fazer com que o eleitor antipetista de Minas Gerais não compre um dos maiores absurdos existenciais que caminha por este Estado, que é o Cleitinho”, questionou Renan.

O alvo da Missão será o eleitor masculino frustrado com o PT. “O homem jovem que votou no PT nos últimos anos está, em várias regiões - no Nordeste a gente está percebendo essa clivagem e no Norte de Minas também -, mudando um pouco para o antipetismo”, argumentou o fundador do MBL. A candidatura da Missão ainda terá que disputar este eleitor com o vice-governador Mateus Simões (Novo).

Após ter alcançado o mínimo de assinaturas para criar a Missão, o MBL aguarda a decisão do TSE, instância em que o pedido do registro foi formalizado na última quinta-feira (17/7). A relatoria está com o ministro André Mendonça. Passados os cinco dias da fase de impugnações, caberá ao Ministério Público Eleitoral se manifestar sobre o pedido de registro.