O fato de os deputados federal Nikolas Ferreira (PL) e estadual Bruno Engler (PL) não planejarem repetir a “dobradinha” em 2026 estaria desanimando integrantes do PL. Nos bastidores, a informação que circula é que alguns cogitam deixar a sigla por acreditar que, por causa do suposto fim da parceria, o partido pode não conseguir “puxar” tantos votos para parlamentares nas próximas eleições.
Um parlamentar ligado aos liberais comentou que pode ocorrer, de fato, uma preocupação caso Engler não consiga tantos votos como anteriormente se não for candidato único de chapa. Entretanto, ele diz que as articulações ainda estão em andamento e que Engler possivelmente vai contribuir com Nikolas na Região Metropolitana, mas sem que um martelo tenha sido batido.
Outro nome ligado ao PL defende que tanto Nikolas quanto Engler conseguirão trazer votos para o partido, independentemente de uma dobradinha. Não haveria uma “crise”, mas uma reorganização natural, inclusive com novos nomes fortes despontando entre os liberais.
Engler e Nikolas, que iniciaram a parceria política no movimento Direita Minas, cresceram em números ao longo dos pleitos. A eleição de 2022, em que houve dobradinha entre os parlamentares, foi a que registrou o melhor desempenho de ambos. Engler teve o recorde de 637.412 votos para a Assembleia Legislativa (ALMG), conseguindo “puxar” uma chapa de nove parlamentares do PL.
Já Nikolas foi o deputado federal com a maior votação do país naquele ano, quando conquistou 1,47 milhão de votos. Com o resultado, o PL emplacou 11 parlamentares mineiros na Câmara dos Deputados em 2022.
Na avaliação do deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL), que vem se apresentando como nome para disputar o Senado em 2026, a possibilidade de Nikolas fazer dobradinhas regionais com candidatos a uma cadeira na Assembleia pode segregar votos. “Então, para a chapa estadual, não haverá um campeão de votos como aconteceu na última vez. Isso enfraquece a chapa estadual. Essa é a minha opinião técnica a respeito do assunto. Provavelmente, vai desestimular alguns candidatos que gostariam de concorrer pelo PL”, pontua.
Nos bastidores, a informação é que o deputado estadual Eduardo Azevedo (PL), por exemplo, poderia deixar a legenda, sendo cotado para entrar no Republicanos ou no Novo, legendas de seus irmãos, o senador Cleitinho e o prefeito de Divinópolis, Gleidson,
respectivamente. Questionado pelo Aparte, o parlamentar disse que a intenção é continuar no PL por se identificar com os valores e ideais da sigla. Entretanto, ele não descarta uma troca caso a conjuntura futura não dê condições para uma candidatura.
Presidente do PL em Minas, o deputado federal Domingos Sávio comentou que há muitos “ruídos” em torno da relação entre Nikolas e Engler. Sem entrar em detalhes sobre uma preocupação de membros do partido, ele afirmou que os parlamentares convivem “superbem”. Por causa do crescimento de Nikolas como liderança, nas próximas eleições ele deve apoiar mais de um deputado estadual, incluindo Engler. “O Nikolas continua tendo uma boa relação com o Bruno, eles devem caminhar juntos em alguns locais. Mas, como Nikolas ganhou uma dimensão ampla, é natural que ele tenha uma ‘dobrada’ com outros deputados estaduais”, explica.
Procurados, Nikolas e Engler não se manifestaram até o fechamento deste texto. O espaço segue aberto para posicionamentos.