O deputado federal licenciado e presidente do Republicanos em Minas, Euclydes Pettersen, defende que o critério de escolha do candidato da direita ao governo estadual em 2026 seja baseado na vontade popular. Em entrevista ao programa Café com Política, exibido no canal no YouTube de O TEMPO nesta terça-feira (22 de julho), o parlamentar não descartou uma aliança entre o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e outros nomes cotados, como do vice-governador Mateus Simões (Novo) e do presidente da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB). Entretanto, Pettersen destaca que o candidato deve ser escolhido a partir da popularidade, criticando, assim, a postura de Simões em insistir em uma candidatura como cabeça de chapa.
De acordo com o presidente estadual do Republicanos, o partido vem dialogando com outras siglas para futuras alianças. Ele cita legendas como o Novo, o PL e o MDB, além do PP e do União Brasil. A ideia é buscar uma aproximação não só para o processo eleitoral, mas para futuras gestões em Minas Gerais.
Dentro do rol de possibilidades que vêm sendo ventiladas, estaria uma composição entre o senador Cleitinho, aposta do Republicanos para o Governo de Minas, e o vice-governador Mateus Simões. Pettersen acredita que há chances de a aliança ocorrer; entretanto, destaca que as candidaturas serão construídas a partir da vontade popular.
“O Mateus tem a sua ferramenta, que é o governo do Estado. Eles estão trabalhando, buscando a popularidade, buscando o melhor segmento para o Estado de Minas Gerais. O Cleitinho também. Da mesma forma, o Tadeuzinho como presidente da Assembleia. Mas nós temos que entender o seguinte: todo mundo trabalha, mas vai chegar o momento do processo eleitoral, em 2026, que será escolhido o que a população mais aprovar. Esse é o correto. É uma coisa justa para ambos os lados”, ressalta o deputado federal.
Conforme Pettersen, Cleitinho, por exemplo, estaria disposto a abrir mão de uma candidatura caso atenda ao interesse da população para construção de uma chapa em 2026. Entretanto, o presidente do Republicanos não estaria identificando a mesma postura por parte de Simões, que já se lançou como pré-candidato ao Governo de Minas.
“Conversei com o Novo, o Mateus já deu uma declaração de que é o único cargo que ele pode disputar. Mas nós não estamos discutindo plano de poder, estamos discutindo um plano de governo. Então, se é o único cargo, essa é uma situação em que você se encontra. Nós temos que ver o todo, o estado inteiro. Temos que ver os outros partidos para conseguir fazer essa composição”, destaca Pettersen. “Eu posso ter vontade de ser presidente do Brasil, mas, se eu não tiver densidade eleitoral, como é que eu vou ser?”, questiona.
Durante a entrevista, o presidente do Republicanos comentou também sobre a proximidade do suplente de Cleitinho no Senado, Alex Sandro Coelho Diniz, administrador da rede de supermercados Coelho Diniz, com Mateus Simões. Recentemente, Alex recebeu o título de cidadania honorária de Belo Horizonte na Câmara Municipal. A cerimônia contou com a participação do vice-governador, que, durante discurso, afirmou que decidiu voltar de São Paulo mais cedo só para comparecer à homenagem.
“O Alex está, simplesmente, querendo juntar os partidos de centro-direita para não haver divisão, para não termos esse problema de fragmentação. Mas acredito que, numa suposta candidatura do Cleitinho, ele vai se posicionar do lado dele. O Cleitinho é nosso, é o nosso projeto de grupo. A única preocupação do Alex hoje é tentar trazer os partidos, juntar, conversar com os outros, pelo menos foi o que ele me disse: que a gente precisa dessa união, e não de divisão, em uma candidatura de centro-direita”, afirma Pettersen.
Republicanos não descarta deixar base de Zema se Cleitinho for candidato
Diante das articulações para 2026, o presidente estadual do Republicanos não descartou que o partido possa deixar a base de Romeu Zema (Novo) na ALMG caso uma composição entre os aliados do governador e do partido não seja construída. Conforme Pettersen, os rumos da união dependerão das candidaturas.
“Até então, não temos a candidatura homologada. Depois que for homologada, teremos que tomar posição. Até lá, continuamos na base do governo. Depois das convenções, que ficar tudo confirmado, teremos essa responsabilidade de apoiar o nosso candidato.”
Tarcísio como cabeça de chapa
A nível nacional, o Republicanos mantém a posição de lançar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como candidato à presidência da República, conforme Euclydes Pettersen. Até então, porém, o chefe do Executivo paulista vem descartando a possibilidade. Para o presidente do partido em Minas, há um consenso entre as legendas de centro-direita em torno do nome de Tarcísio como presidenciável. Por conta disso, Pettersen não vê o governador de Minas, Romeu Zema, como cabeça de chapa.
“Eu vejo o nome do Tarcísio mais viável do que o do governador Romeu Zema. Vejo ele na frente. E também vejo que o Romeu Zema é um excelente vice. Pegar a região Sudeste, São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores estados do Brasil. Eu acho que é uma chapa que poderia colher bastantes frutos com chances reais de ser eleita”, projeta.