Assembleia Legislativa

ALMG instala CPI do fura-fila para investigar vacinação na Secretaria de Saúde

Além do secretário Carlos Eduardo Amaral, 500 servidores fora dos grupos prioritários teriam sido vacinados

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 11 de março de 2021 | 15:23
 
 
 
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O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus (PV), instalou  na tarde desta quinta-feira (11) a  Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o “fura-fila” do secretário estadual de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, e de outros 500 servidores da secretaria que teriam sido vacinados mesmo não integrando os grupos prioritários. Trinta e nove deputados assinaram o requerimento.

“Vamos investigar a fundo esses que se entendem privilegiados em passar à frente dos demais na vacinação, o que segundo o Ministério da Saúde, e no momento que nós vivemos, é um crime dos mais graves nos nossos dias atuais”, disse Agostinho Patrus ao deferir o pedido de abertura da comissão.

Os deputados terão 120 dias para "investigar a operacionalização da Campanha Nacional de Vacinação contra Covid-19, em especial o desvio de recursos referentes a vacinação irregular de grupos não prioritários definidos pelo Ministério a Saúde, assim como investigar o baixo investimento em ampliação de leitos para enfrentamento da pandemia no estado, concomitantemente a não aplicação do mínimo constitucional em serviços públicos e saúde”.

O líder da Minoria, deputado Ulysses Gomes (PT), foi o responsável por apresentar o requerimento pedindo a abertura da CPI. Ele se disse orgulhoso de ter sido o primeiro a assinar o requerimento pedindo a abertura da investigação.

“É um papel fundamental que a nossa Casa Legislativa se propõe a cumprir dentro do nosso compromisso institucional de fiscalizar os gastos e as ações da administração pública. Eu tenho certeza, presidente, que essas denúncias levantadas pela mídia nos últimos dias e aqui muito debatidas na tarde de ontem (quarta-feira, 10) quando recebemos por mais de seis horas o secretário de Saúde do Estado de Minas Gerais, procurando através de um debate franco, com perguntas, cumprir o nosso papel”, disse Ulysses Gomes após a instalação da CPI.

“Mas que, infelizmente, da parte do secretário, em nome do governo do Estado e representando o governador Zema, não cumpriu com aquilo que é o seu papel de como gestor prestar contas e esclarecimentos diante de graves denúncias que correm por todo o estado de Minas Gerais”, completou o deputado.

O próximo passo será a indicação dos membros para a CPI, o que, pelo regimento interno, deverá ser feito no prazo de até cinco dias úteis, ou seja, até a próxima quinta-feira (18). A comissão será composta por sete membros, a serem indicados pelos líderes dos blocos.

O deputado Ulysses Gomes (PT), por ter sido o primeiro signatário, tem lugar garantido. Segundo ele, a definição dos demais integrantes deve ficar para semana que vem.

De acordo com o regimento interno, a “comissão parlamentar de inquérito poderá, no exercício de suas atribuições, determinar diligências, convocar Secretário de Estado, tomar depoimento de autoridade, ouvir indiciados, inquirir testemunhas, requisitar informações, documentos e serviços, inclusive policiais, e transportar-se aos lugares onde se fizer necessária a sua presença”.

O prazo para os membros da comissão apresentarem um relatório final é de 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias.

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