Notícias falsas

Alvo da PF em MG divulgou fake news e pediu prisão de Doria horas antes da ação

Alberto Junio Silva espalhou informação falsa sobre contrato de vacina firmado ainda em 2019

Por Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2020 | 09:39
 
 
 
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O blogueiro bolsonarista Alberto Junio Silva, alvo da operação da Polícia Federal que, nesta terça-feira, faz buscas e apreensões em endereços relacionados a suspeitos de organização e financiamento de um esquema de distribuição de notícias falsas e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), publicou fake news para pedir a prisão de João Doria horas antes de ser ele próprio visitado pela PF.

No vídeo "Doria na cadeia hoje ainda", publicado em seu canal Giro de Notícias, Beto Silva, também conhecido como Beto Louco, afirmou que o governador de São Paulo havia firmado um contrato de desenvolvimento da vacina para Covid com a Sinovac em agosto de 2019.  "Nós não ficamos sabendo da questão do Covid de fevereiro de 2020 para cá?", questionou, indicando que o governador paulista estaria participando de um esquema para lucrar com uma pandemia fabricada.

"Se nós vivessemos em um país sério, João Doria estaria preso hoje. Hoje. A polícia federal não estaria indo a mando do Supremo Tribunal Federal atrás daquelas pessoas que estão manifestando no país", afirmou.

A informação divulgada por Beto Silva é, obviamente, falsa. Não existe qualquer contrato assinado em agosto de 2019 para produção de vacina contra Covid-19. Naquele mês, Doria esteve na China para firmar uma parceria para investimentos no Estado. A missão empresarial chamada "Missão China" não tratou da produção de vacinas para a pandemia que não existia.

O vídeo traz outras informações falsas, como a declaração de que o presidente Jair Bolsonaro queria decretar estado de calamidade pública no Brasil antes do carnaval e foi impedido por uma decisão do STF. Bolsonaro, no início da pandemia, minimizou a doença e chegou a chamá-la de "gripezinha".

Quem é?
Alberto Junio Silva ficou conhecido por ser acusdo de operar uma rede de notícias falsas batizada como Pensa Brasil. Ele nega. Em 2017, reportagem do jornal "Folha de S. Paulo" mostrou que Alberto, conhecido como Beto Silva ou Beto Louco, operava uma lucrativa teia se sites que se especializaram em divulgar notícias falsas de diversas matizes ideológicas. Na época, com base no número de visitas de seus sites, especialistas estimaram que eles lucravam de R$ 100 mil a R$ 150 mil por mês. Em contato com a reportagem, o blogueiro afirmou que a informação não procede e que está processando o jornal na Justiça por conta disso.

Nesta manhã, ele foi alvo de busca e apreensão em sua casa, na cidade de Poços de Caldas. Além dele, um parlamentar e pessoas ligadas à criação do partido Aliança pelo Brasil também foram alvos da polícia.

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