Apenas dois vereadores de BH não vão disputar as eleições

A proximidade de 2020 e da disputa eleitoral em Belo Horizonte já começa a movimentar a Câmara Municipal. Em um levantamento feio pelo Aparte com os vereadores da capital, apenas dois se mostraram, neste momento, não estarem dispostos para a próxima eleição. 

O bispo Fernando Luiz (PSB) e Orlei (Avante) são os únicos que rechaçaram disputar a reeleição. O religioso, entretanto, foi comedido e disse que “por enquanto” não há a possibilidade e não quis prolongar no assunto, já o parlamentar do Avante se mostrou desesperançoso com o atual cenário político do país e na capital. 
“Pegamos um período da política muito difícil. Tenho empresa, infelizmente deixei de dedicar uma parte grande do meu tempo, larguei muito a empresa. É uma série de coisas. Cresci muito, entrei (na política) por querer participar ativamente. A questão da política que vivemos, pesou muito. Eu entrei para ser diferente. Posso dizer que fui diferente, participando de tudo. Sempre ali, cumprindo meu papel, mas também estou um pouco decepcionado com esse momento”, disse o vereador que pretende lançar um nome aliado no próximo pleito.

A decepção citada por Orlei, deve-se às brigas presenciadas na Câmara Municipal, como as que ocorreram durante a eleição da Mesa Diretora no ano passado e nas votações do Plano Diretor e Escola Sem Partido esse ano. “As pessoas não pensam coletivamente, isso desanima. Fica essa briga de esquerda, direita, centro, mas na verdade é um jogo de interesse muito grande. Discussão importante fica de fora, hoje na Casa impera o presidencialismo mesmo”, disse o parlamentar que foi derrotado na eleição de 2018 para a atual presidente Nely Aquino (PRTB). 

Apesar da descrença, após o período sabático Orlei cogita se lançar como candidato à Assembleia Legislativa. 

Embora apenas Fernando Luiz e Orlei tenham sido mais enfáticos, alguns vereadores se consideram “indefinidos” com relação a 2020 por dependerem ou de qual legenda estará filiado ou da chapa a ser formada. 

Vereadores que podem integrar uma chapa ao Executivo também vivem essa indecisão. É o caso de Gabriel Azevedo (PHS), Carlos Henrique (PMN), Nely Aquino e Mateus Simões (Novo). O correligionário de Romeu Zema é o único que fala abertamente sobre a possibilidade, já que ele chegou até a fase final do processo seletivo do Partido Novo para escolher o candidato à Prefeitura de Belo Horizonte. Ao ser questionado se poderia integrar uma chapa com Simões, Gabriel Azevedo disse é muito cedo para saber.

Segundo apurou a coluna, tratativas estão sendo iniciadas com Carlos Henrique e Nely Aquino para disputarem o Executivo em vez do Legislativo. Eles não negam nem confirmam a informação. 
Dos sete vereadores que assumiram ao longo da legislatura (César Gordin, Coronel Piccinini, Dimas da Ambulância, Maninho Félix, Ramon Bibiano, Ricardo da Farmácia e Ronaldo Batista), seis confirmaram ao Aparte a disposição de tentar a reeleição. Apenas Ricardo da Farmácia, que substitui Fernando Borja (Avante) por quatro meses, não respondeu aos questionamentos da coluna.