Bartô

Carta aberta de filiadas do Novo pede medidas contra ataques de deputado

Integrante da legenda relata hostilidades de parlamentar em grupo de WhatsApp. Deputado estadual pode até ser expulso, mas não quis comentar o caso

Por Léo Simonini
Publicado em 16 de setembro de 2019 | 21:24
 
 
 
normal

Pelo menos dez mulheres filiadas ao Partido Novo em Minas Gerais assinaram uma carta aberta de desagravo no dia 23 de agosto cobrando explicações de dirigentes da sigla em relação ao comportamento do deputado estadual Bartô. A coluna teve acesso ao documento, que pode culminar até na expulsão do parlamentar da legenda.

O imbróglio começou no dia 18 com uma discussão em um grupo de WhatsApp destinado a apoiar parlamentares do partido, no qual Marcela Trópia, assessora do deputado estadual Guilherme da Cunha (Novo), publicou uma programação relacionada ao movimento social Livres.

Integrante do grupo, ela divulgou a exibição de um documentário sobre os 25 anos do Plano Real. A partir daí foram diversos questionamentos quanto à sua condição de alinhada aos pensamentos do Novo, que culminaram com acusações envolvendo até sua vida particular. Para se defender, Marcela tornou parte dos ataques públicos numa rede social.

“Até certo momento as perguntas eram, digamos, para me constranger, mas fui respondendo do ponto de vista institucional. O Bartô ainda não estava, até que chegou me chamando de ‘feminista’. Tirei um print do conceito, que é a defesa de igualdade entre homens e mulheres, e, se fosse com relação a isso, realmente eu era feminista. Depois ele começou a fazer uma série de insinuações; que quem quisesse saber verdades sobre mim era só perguntar para pessoas do PSDB”, explicou Marcela, que tem um passado no partido e também no PRTB, pelo qual já se candidatou a vereadora de Belo Horizonte. Ela também afirmou que uma das acusações mais graves envolvia sua vida íntima, mas que prefere não comentar isso publicamente.

Segundo Marcela, o relacionamento ruim com Bartô não é novidade e, depois do episódio outras mulheres relataram a ela agressões semelhantes.

“O Bartô fica extremamente incomodado pelo fato de eu ter sido de outros partidos, ele se sente defensor de uma pureza por ter sido fundador do Novo. E ele tem um histórico de rixa com mulheres, o fato de o feminismo o incomodar demais, de eu ter ganhado espaço por ter coordenado uma campanha vitoriosa (do deputado federal Tiago Mitraud). Ele perdeu espaço, mas nada justifica uma postura como essa. Outras mulheres do governo, que interagiram com ele, vieram me procurar, disseram que foram tratadas da mesma forma e que não levaram adiante porque tiveram medo”, completou.

Procurado para comentar as acusações, Bartô disse não ter “nada para comentar”. 

“O diretório tem que tomar alguma providência. Ficamos meio perplexos com isso, infelizmente tem sido uma prática muito recorrente do deputado Bartô, e estamos vendo quais as providências que podemos tomar. Acho que é pouco provável (ele ser expulso), mas isso é uma das penalidades que ele pode sofrer. Não sei como a comissão de ética partidária vai julgar isso”, explicou Bernardo Santos, presidente da sigla em Minas.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!