Abordagem

Deputada Alê Silva não aceita inspeção e é retirada de avião pela PF em Confins

Em nota, a parlamentar diz que foi chamada de “miliciana e genocida por uma funcionária do aeroporto e que foi retirada do avião com “muita truculência

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 25 de maio de 2021 | 17:26
 
 
 
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A deputada federal Alê Silva (PSL/MG) foi retirada por policiais federais de uma aeronave na manhã desta terça-feira (25) no aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, após levar um objeto não permitido na bagagem no voo com destino a Brasília. Em nota, a parlamentar diz que foi chamada de “miliciana e genocida” por uma funcionária do aeroporto e que foi retirada do avião com “muita truculência”.

 

Em nota, a Polícia Federal afirmou que foi acionada depois de “uma passageira ter negado que sua bagagem fosse submetida à inspeção” e que após autorização do comandante da aeronave, para não comprometer a programação de decolagem, a PF “procedeu à fiscalização de rotina da referida bagagem, sendo encontrado objeto não permitido em voos”. Após o objeto ser retirado, a passageira foi autorizada a retornar ao avião.

 

Já a deputada disse que ao passar pelo detector de metais, uma atendente que trabalha em uma empresa que presta serviço ao aeroporto disse que iria abrir a mala da deputada e era uma “revista aleatória”. Ao abrir a bagagem, a parlamentar diz ter ouvido da funcionária que “mala de miliciana e genocida tem que ser revistada com cuidado”. Após isso, Alê fechou a mala e foi em direção ao portão de embarque.

 

“Após o embarque, a deputada realizou uma ligação para o seu chefe de gabinete, para que entrasse em contato, como de fato tentou, com a delegacia da Polícia Federal do Aeroporto de Confins para dizer do ocorrido e também para falar que estava tudo bem com ela e que já estava dentro da aeronave, mas que não deixaria a atendente revistar a sua mala sem a presença de policiais. Porém, apesar das tentativas, a PF não atendeu ao telefone. Neste meio tempo, dois policiais federais adentraram na aeronave e com muita truculência fizeram a deputada descer do avião e levar a mala até o local de revista. Depois de revistada, foi encontrada uma tesoura cor de rosa infantil. No momento a deputada achou que o artefato fosse de sua filha, mas depois de indagada a adolescente, essa disse que não, sendo que a deputada então desconhece como que a tesoura foi parar lá”, diz a nota enviada pela deputada.

 

Alê Silva informou que já providenciou as “medidas cabíveis” junto a ANAC (Agencia Nacional de Aviação Civil) que tem responsabilidade objetiva e solidária em relação à funcionária da empresa terceirizada e a notificação oficial junto à empresa sobre o fato. A deputada pretende entrar com uma ação na Corregedoria da Polícia Federal, “tendo em vista que foi tentado contato via telefone no aeroporto com a negativa de atendimento e resposta e também o modo de abordagem, que foi mediante truculência e abuso de poder, por parte dos policiais ao constranger a deputada”.

Já a BHAirport, concessionária do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, informou que "durante o processo de inspeção dos pertences de mão de uma passageira, foi identificado um item proibido para ingresso em Área Restrita de Segurança e a bordo de aeronaves, sendo necessário o encaminhamento para a inspeção física da bagagem", mas que a deputada não concordou com o processo que é uma norma da ANAC e foi direto para a área de embarque do aeroporto, antes da finalização do procedimento de segurança e autorização para ingresso e que a Polícia Federal foi acionada neste momento.


"A passageira se encaminhou para a aeronave, mesmo sendo alertada pela companhia aérea de que não estava autorizada. Já no interior da aeronave, ela foi chamada pela Polícia Federal e conduzida novamente ao canal de inspeção, onde foi retirado o item proibido e a passageira foi liberada", afirmou a concessionária.

Procurada sobre a suposta truculência, a PF afirmou que iria se ater às manifestações anteriores. 

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