Saída pela direita

Em meio a flerte de Bolsonaro, UDN já se organiza em Minas para 2020

Ricardo Sapi, representante mineiro da UDN, a procura pelo partido cresceu muito nesta semana por causa das declarações de Bolsonaro

Por Léo Simonini
Publicado em 10 de outubro de 2019 | 03:00
 
 
 
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As declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL), dadas nos últimos dias, em relação ao partido pelo qual foi eleito mostram uma relação bem próxima do fim. Com isso, cresce a expectativa sobre qual será a sigla escolhida pelo chefe do Executivo nacional. Ainda em busca de regularização, a Nova União Democrática Nacional (UDN) aparece como forte candidata, afinal, foi o primeiro partido declaradamente de direita do país, fundado em 7 de abril de 1945.

As duas possibilidades, de regularização e de contar com o presidente da República, incendiaram a articulação em torno da legenda nos últimos dias. Em Minas Gerais, o processo está adiantado, conforme as palavras do representante mineiro Ricardo Sapi. Porém, segundo ele, a procura cresceu muito nesta semana por causa das declarações.

“Em mais de 20 anos de vida pública, nunca recebi tantas ligações quanto nos últimos três dias. Nunca vi algo similar. Tinha pessoas procurando a UDN, mas, em função dessa vinda da família Bolsonaro para o partido, realmente explodiu. São pessoas interessadas em toda a Minas Gerais”, afirmou.

Sapi diz que, além de pessoas comuns, deputados eleitos pelo próprio PSL e representantes isolados de outros partidos fazem parte da lista de contatos. Todos já pensando nas eleições municipais de 2020. “Existem muitas lideranças, prefeitos, deputados estaduais, inclusive três do próprio PSL, que nos procuraram. Várias pessoas que estão à frente de movimentos também, principalmente a coligação Direita Brasil. Estamos realmente otimistas com esse cenário que está se desenhando”, continuou.

Apesar de não citar nomes, Sapi garante que Contagem já tem candidato para disputar a prefeitura ano que vem. Sobre Belo Horizonte, ele diz que ainda não há uma definição, mas, questionado, assegura estar de braços abertos para o deputado estadual Bruno Engler, hoje no PSL. Ele já demonstrou interesse na disputa, mas pode enfrentar um racha dentro da legenda por ela abrigar aliados do prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD). “Ainda não fomos procurados por ele (Bruno Engler), mas, evidentemente, acompanho o trabalho, é um grande parlamentar. Uma vez em contato conosco, pode ser que haja esse alinhamento”, disse.

Sobre o restante do Estado, Sapi diz que já são 17 coordenadores espalhados por todas as regiões, à espera do aval de “Brasília para fazer um grande evento para divulgar a UDN como partido”, afirmou. Procurado, Engler disse que não fala sobre conjecturas, mas garante seguir o presidente Bolsonaro seja qual for sua decisão.

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