Secretário de Governo

Expectativa é melhorar relação entre Câmara e PBH com chegada de Valadão

Escolha foi feita devido à boa relação que secretário possui com os vereadores de Belo Horizonte

Por Franco Malheiro
Publicado em 29 de novembro de 2021 | 04:50
 
 
 
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Com a entrada de Josué Valadão na Secretaria de Governo da Prefeitura de Belo Horizonte no lugar de Adalclever Lopes, exonerado a pedio do cargo na semana passada, a expectativa é que a relação entre Executivo e Legislativo possa se amenizar.  

Pessoas ligadas à PBH informaram ao Aparte que a escolha de Valadão, que agora acumula a secretaria de Obras com a de Governo, foi feita devido à boa relação que ele possui com os vereadores de Belo Horizonte, inclusive com alguns da oposição.  

Para a presidente do Legislativo, Nely Aquino (Podemos), a experiência de Valadão aumenta a sensibilidade de articulação. “O Josué Valadão tem o meu respeito e, tenho certeza, que dos demais vereadores de Belo Horizonte também. É um secretário competente que cuida da cidade há anos, além de ter vasta experiência administrativa e sensibilidade política. O que esperamos é respeito com a instituição Legislativa”. 

A vereadora Flávia Borja (Avante), que foi membro da CPI da Covid-19 e é a primeira signatária da comissão instaurada recentemente na Casa para investigar justamente a conduta de Adalclever Lopes, afirmou ao que enxerga em Valadão um perfil “educado e habilidoso nas relações.” “Espero que perceba que não vale a pena cortar relações com a Câmara Municipal como havia acontecido. Quem perde é a cidade”. 

Já a vereadora Marcela Trópia (Novo) disse que é preciso dar um voto de confiança a Valadão. “Eu posso queimar a língua. Mas pior do que estava, acho difícil ficar. O Valadão tem um perfil técnico, mas vejo que ele pelo menos é aberto ao diálogo e não nos ataca indiretamente como o Adalclever fazia. Com ele, já estive algumas vezes, com o Adalclever, nunca dialoguei, ele sequer foi à Câmara enquanto esteve à frente da pasta”. 

Já a vereadora Fernanda Altoé (Novo) vê como uma incógnita, mas pondera que o Legislativo espera uma relação de mais abertura e cooperação. “Principalmente, no meu caso, que sou proibida de ir a qualquer Secretaria ou de ser recebida”, reforçou. 

O vereador Juliano Lopes (Agir), que presidiu a CPI da Covid-19 na Câmara da capital, lembrou da boa relação que teve com Valadão quando ele foi secretário de Governo na gestão do ex-prefeito Márcio Lacerda. “Ele tem um perfil participativo. Conhece os vereadores, conhece as demandas da cidade, conhece a Câmara. Um cara muito bom de diálogo. Acredito que teremos um bom progresso com essa mudança”, disse. 

A relação entre a PBH e a Câmara Municipal de Belo Horizonte enfrenta o seu pior momento da gestão Kalil. Uma crise tida como inédita nos últimos dez anos. Neste ano, a PBH foi alvo de duas CPIs, que encerraram indicando indiciamento de Kalil e de secretários municipais. E ainda enfrenta a instauração de uma nova comissão, que tem como objeto principal denúncias contra Adalclever.  

Recentemente, houve uma mudança, e a articulação com Legislativo passou a ser conduzida pelo vice prefeito, Fuad Noman e não pela secretaria de Governo, pasta naturalmente responsável por isso. Valadão já ocupou o cargo durante a gestão de Marcio Lacerda (PSB) e foi candidato a vice-prefeito na chapa de Délio Malheiros à prefeitura em 2016.  

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