Pacificação

Para evitar conflitos, direção nacional do Novo quer mais lideranças em MG

Intervenção do diretório nacional, comandado por João Amoêdo, tenta direcionar o partido para uma linha sem confrontos

Por Heitor Mazzoco e Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 07 de outubro de 2019 | 03:00
 
 
 
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Sem uma liderança partidária que pacifique a legenda, o Partido Novo em Minas Gerais passa por conflitos internos. Há, inclusive, intervenção do diretório nacional, comandado por João Amoêdo, que tenta direcionar o partido para uma linha sem confrontos. A direção nacional da legenda quer líderes para evitar que os conflitos atrapalhem a imagem do partido e também do governador do Estado, Romeu Zema – único integrante da sigla no Executivo estadual do país. 

Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Novo conta com três deputados – Bartô, Guilherme da Cunha e Laura Serrano. Bartô está incomodando o partido por ter “jogado contra” projetos do governo no Legislativo.

O Aparte apurou que Bartô aguarda qualquer questionamento do partido para usar o regimento interno do Novo para se defender.

Um dos pontos é o fato de ter “segurado” na Assembleia o projeto que ampliava o tempo de cobrança de imposto em Minas. Um projeto para prorrogar a alíquota do imposto sobre produtos (ICMS) precisava ser aprovado até 30 de setembro para o governo de Minas não perder R$ 850 milhões em 2020. A proposta nem foi para o plenário da Casa, porque “estacionou” na Comissão de Defesa do Consumidor e Contribuinte, presidida por Bartô.

Uma das linhas do Novo, principalmente na campanha eleitoral do ano passado, foi criticar o número excessivo de impostos no Brasil. “Na Assembleia, os deputados do Novo estão preocupados mais com mandatos que com o governo”, disse um parlamentar com experiência na vida legislativa e que pediu para não ser identificado. 

Na última semana, por exemplo, o então secretário adjunto de Saúde Bernardo Ramos foi demitido a pedido do secretário da pasta, Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva. Ambos são do Novo, e o motivo estaria ligado ao desempenho durante as eleições do ano passado. Ramos conseguiu mais de 30 mil votos e é primeiro suplente a deputado federal. Silva não chegou a 20 mil.

Além disso, integrantes do Novo também estariam pressionando o secretário geral de Governo, Igor Eto. Nos bastidores, dizem que ele não seria apto para o cargo, por falta de habilidade política. Porém, ele deve continuar no governo. O fato de Zema não ter experiência para lidar com disputas político-partidárias é apontado como causa para os conflitos dentro do Novo. “Na ausência de uma liderança partidária, todos estão se alfinetando”, disse uma pessoa próxima do governo e do partido.

Outra situação que gerou ciúmes dentro da legenda foi a escolha do secretário de Governo de Zema, Bilac Pinto. O vereador de Belo Horizonte, Mateus Simões, viajou até Brasília para fechar a nomeação do secretário. A situação causou mal-estar, porque Simões é do Legislativo de BH, e não da ALMG. Para o vereador, não há problema na situação. Após o encontro, Zema deu aval para Bilac Pinto.

Apesar das reclamações dos integrantes do Novo nos bastidores sobre a nomeação de Bilac, o governo do Estado disse que ele foi uma escolha pessoal de Zema “por sua experiência no Parlamento”.

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